Resposta hemodinâmica às manobras de elevação passiva das pernas e da cabeça em crianças criticamente doentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Buratti, Cecília Rotava
Orientador(a): Piva, Jefferson Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224370
Resumo: Introdução: A infusão de volume continua sendo a base da terapia inicial para crianças em choque. Muitos pacientes não respondem à fluidoterapia podendo evoluir com sobrecarga hídrica, a qual está associada a maior morbimortalidade. Advém disso a necessidade de desenvolver ferramentas diagnósticas para identificar pacientes responsivos à administração de fluidos no choque. Objetivo: Avaliar mudanças nos parâmetros hemodinâmicos através de monitorização clínica e ecográfica de pacientes pediátricos internados em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) quando submetidos à elevação passiva das pernas (EPP) e à elevação passiva da cabeça (EPC). Metodologia: Estudo piloto prospectivo experimental para comparação das técnicas de EPP e EPC, em pacientes menores de 5 anos. Inicialmente, os pacientes permanecem na posição basal (supino a 0º) por 3 minutos, sendo randomizados a elevar as pernas (EPP) ou cabeça (EPC) a 45º por 90 segundos. Avaliou-se parâmetros clínicos [frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM)] e variáveis ecográficas [índice caval, índice cardíaco (IC) e débito cardíaco (DC)]. Resultados: Foram incluídos 37 pacientes, 15 destes (40%) submetidos à EPP e os outros 22 (60%) à EPC. A mediana de idade no grupo EPP foi de 10 meses [2-17], enquanto no grupo EPC foi de 6 meses [3-9] (p=0,69). Não houve diferença entre os grupos nas médias e medianas de peso, altura, gênero, PIM2 e Comfort-B. A principal patologia de base foi pneumopatia correspondendo a 76% (n=28) da amostra. 86% (n=32) apresentavam estabilidade hemodinâmica e 81% (n=30) estavam em ventilação mecânica invasiva. Após EPP, observou-se redução média de 8,7% da PAS (p=0,02), 14% da PAD (p=0,016), 13% da PAM (p=0,004) e aumento de 26% do índice caval (p=0,038). Já, após EPC, houve aumento médio de 9% na PAS (p=0,003), 14% na PAD (p=0,003) e 12% na PAM (p=0,000). Não observamos diferença no do índice caval no grupo EPC e em relação a FC, IC e DC em ambos os grupos. Entretanto, ao se analisar a interação da pressão arterial (PA) com as variáveis ecográficas observou-se que após EPP 80% dos que reduziram PA (n=8) também reduziram IC/DC (p=0,03), enquanto, no grupo EPC, 50% dos que aumentaram PA (n=7) também aumentaram IC/DC (p=0,6). Conclusão: Neste estudo piloto, envolvendo crianças menores de 5 anos, observamos após EPC aumento nos índices pressóricos que esteve associado ao aumento de IC/DC em 50% dos casos. Por outro lado, após EPP houve redução nos níveis pressóricos concomitante a redução de IC/DC em 80% dos pacientes. Tais achados poderiam ser atribuídos às características fisiológicas específicas dessa faixa etária.