Entre a paróquia e a corte : uma análise da elite política do Rio Grande do Sul (1868-1889)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Vargas, Jonas Moreira
Orientador(a): Osório, Helen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13085
Resumo: No presente trabalho buscamos estudar a elite política do Rio Grande do Sul (entre 1868 e 1889) – grupo composto pelos conselheiros e ministros de Estado, senadores e deputados gerais e provinciais. Ao contrário das abordagens tradicionais que explicam a história política do Rio Grande por meio dos discursos parlamentares, os programas partidários e os editoriais de imprensa, investimos num maior enfoque nas relações sociais e políticas que estes homens, juntamente com suas famílias, mantinham dentro e fora do mundo da política. A utilização da prosopografia, a redução da escala analítica voltada para a observação dos indivíduos e suas famílias e o uso das noções de rede social, estratégia familiar e mediador foram algumas das metodologias empregadas na renovação daquelas interpretações historiográficas. Pretendemos, portanto, realizar uma história social da política no Rio Grande do Sul imperial. Neste sentido, foi possível identificar uma nítida estratégia familiar de aproximação política com a Corte. Tais investimentos davam-se na formação acadêmica dos filhos, numa planejada engenharia de matrimônios e na diversificação profissional, entre outros. As famílias políticas tendiam a aglutinar estancieiros militares ou milicianos de um lado e advogados de outro, buscando ocupar os diferentes espaços sociais que faziam parte do mundo da política. Aqueles poucos indivíduos que conseguiam ultrapassar a barreira espacial e temporal que separava as paróquias rio-grandenses da Corte, pertenciam a muitas das famílias ricas e nobilitadas, com um forte índice de parentesco entre si, mas também com famílias do centro do país, o que facilitava o seu acesso e reproduzia a desigualdade do sistema sócio-político. Neste sentido, defendeu-se que não eram os partidos políticos que moldavam e direcionavam o comportamento dos indivíduos, mas sim as famílias e suas redes sociais. Eram estas famílias que ditavam a forma como as ordens do Estado chegavam aos mais distantes pontos da Província. A elite política imperial e os chefes paroquiais estavam intimamente compromissados e entrelaçados em relações de cooperação e conflito, num mundo fronteiriço e belicoso, onde a informação era tão preciosa quanto os bens materiais.