Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Serres, Laura Nelly Mansur |
Orientador(a): |
Bergamaschi, Maria Aparecida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/240111
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Resumo: |
É uma pesquisa no âmbito da educação básica brasileira. A abordagem teórica-metodológica está baseada no diálogo intercultural colaborativo com uma comunidade Guarani Mbya, em encontros vivenciais na sua aldeia. Foram considerados, também, momentos de vivência no espaço acadêmico com sua presença. Parte da intuição de que no espaço geocultural onde habitam persiste e (re)existe a América profunda anunciando um passado ancestral revelado nas suas narrativas orais seminais descolonizadas e descolonizadoras. A partir disso, examina-se como e quais dessas narrativas indígenas podem compor o currículo escolar do ensino básico não indígena para compreender a América profunda desde uma perspectiva intercultural colaborativa com os Guarani Mbya. Para isso, ouviu-se na Tekoa Yvy Poty (Barra do Ribeiro, RS, Brasil) o seu Nhandereko (modo de ser) por meio de gravações de voz e imagem, registrando os seus relatos, com a orientação da própria comunidade. A análise e interpretação das narrativas foi realizada a partir do pensamento de Rodolfo Kusch (2000a, 2000b, 2000c) e de outros teóricos descoloniais contemporâneos, dentre eles Smith (2018); Walsh (2013); Popygua (2017); Mignolo (2014); Melià, (2016); Mato, (2016); Candau (2013); Grupioni, (1995); Ferreira (2020); Fals-Borda (2009). O estudo do Mito de Origem, segundo os Guarani Mbya, e o Mito da Terra sem Males ajudam a compreender o horizonte simbólico dessa cultura. A produção de dados foi realizada entre 2018 e 2020 durante visitas que grupos de não indígenas da UFRGS realizaram nesta tekoa (aldeia)como parte de encontros interculturais gerados pelos Guarani Mbya. Eles convidam a conhecer a Trilha Etnoecológica Yvy Poty que construíram na aldeia como escola viva, em que os Guarani Mbya, ao mesmo tempo que se autoeducam, fortalecem a sua cultura, revelando uma parte dela para os não indígenas. O registro do que foi dito pelas lideranças na presença dos visitantes não indígenas revelam ensinamentos que podem compor materiais pedagógicos para o estudo da temática indígena, conforme normatiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, artigo 26-A, informado pela Lei 11.645/2008, que cria a obrigatoriedade do ensino de história e cultura indígena nas escolas do Brasil. Os operadores seminais ser/estar, afirmação/negação, fedor/pulcritude, razão/emoção (Kusch, 2000b) ajudam a identificar narrativas que anunciam que uma América profunda (re)existe nessa aldeia. Os relatos foram sistematizados em dois produtos educativos interculturais destinados a introduzir a temática indígena na escola não indígena. A interculturalidade gerada anuncia as possibilidades da continuação e fortalecimento da colaboração iniciada com essa comunidade originária. |