Escavar, escrever : buracos na linguagem : dos processos de criação entre a palavra e a imagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Hack, Lilian
Orientador(a): Sousa, Edson Luiz Andre de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/108957
Resumo: Esta pesquisa parte de uma inquietação que percorre diversas questões envolvendo a arte em sua relação com a linguagem, e que assume a forma da seguinte pergunta disparadora: o que pode uma escrita diante da arte? Essa pergunta pretende instaurar um campo problemático que coloque em questão o próprio exercício de escrever sobre arte, exercício que pode ser compreendido como tarefa da crítica, da teoria ou da história da arte, campos que nessa pesquisa desejamos abrir aos contornos do exercício poético. Diante da arte, a escrita não representaria a experiência vivida, ou mesmo representaria o objeto sobre o qual dedica as palavras, mas se tornaria experiência poética em ato. Assim, nos interessa pensar quais relações colocam palavra e imagem em encontro e desencontro, compreendendo que na relação entre ambas há uma potência que lança o sujeito a um jogo com a linguagem. E este é o ponto em que, na escrita, na relação entre palavra e imagem, espreitamos a ideia de vida como obra de arte. Nos processos de criação que envolvem a arte, que lançam o sujeito a um jogo com a linguagem, queremos atentar aos processos de subjetivação, processos que envolvem a criação, a invenção de si. Estas ideias nos permitirão percorrer alguns conceitos encontrados no pensamento de Maurice Blanchot, Michel Foucault e Gilles Deleuze. O pensamento de Blanchot, marcado pelas questões que propõe ao campo da criação literária, nos interessa justamente por tratar da escrita como campo de criação, de invenção de mundos, campo que está ligado ao fora, a um pensamento do fora. Além disso, é em Blanchot que buscamos o conceito de imagem que nos guiará para pensar a arte em sua relação com a palavra. Com Deleuze e Foucault, conceitos como o de visibilidade e enunciado, poder e força, nos ajudarão a compor os mapas, as linhas cartográficas dessa topologia que desejamos percorrer, num exercício metodológico que quer preparar o terreno para uma escavação, para a abertura de um buraco, fissura na palavra e na imagem, que permitiria escoar seus excessos, em uma abertura ao silêncio. Uma utopia do silêncio.