Estudo químico e biológico de Tripodanthus acutifolius (Ruiz & Pav.) Tiegh., Loranthaceae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Chana de Medeiros da
Orientador(a): Zuanazzi, Jose Angelo Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/233439
Resumo: Tripodanthus acutifolius (Ruiz & Pav.) Tiegh. é uma planta hemiparasita pertencente à família Loranthaceae, conhecida popularmente no Brasil como “Erva-depassarinho”. É amplamente distribuída na América do Sul, onde ataca uma vasta quantidade de hospedeiros. Até o momento, já foram relatadas importantes atividades biológicas para esta espécie na medicina popular, tais como antiinflamatória, antimicrobiana, hipotensora, hipoglicêmica, ansiolítica, hemostática, analgésica, antipirética, diurética e antitumoral. Além disso, estudos fitoquímicos indicam a presença de compostos fenólicos, como os flavonoides, taninos, proantocianidinas e catequinas. No entanto, apesar do conhecimento da presença deste parasita em árvores urbanas e considerando seu extenso uso popular, pouco ainda se sabe sobre suas propriedades químicas, biológicas, farmacológicas e toxicológicas. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar os principais metabólitos secundários presentes no extrato aquoso (EA) de T. acutifolius e avaliar suas propriedades farmacológicas e toxicológicas, confirmando ou não sua utilização tradicional. As partes aéreas de T. acutifolius foram coletadas no município de Santa Cruz do Sul, RS, tendo como hospedeiro a espécie Ligustrum lucidum (Oleaceae). O EA foi preparado pela técnica de maceração a frio com exaustão (relação droga solvente: 1:10 v/v). A partir do estudo fitoquímico, foi possível confirmar a presença de catequina, rutina, quercetina e 7-hidroxi-flavona no EA. A atividade anti-inflamatória foi avaliada utilizando o modelo de indução de edema de pata por carragenina em camundongos. No estudo, o tratamento oral com o EA inibiu significativamente o edema na dose de 400 mg/Kg, em 3 e 4 horas após a administração de carragenina. A atividade gastroprotetora foi avaliada em ratos através da indução de lesões gástricas por etanol absoluto. Foi observado uma redução de 74,51% das ulcerações na dose de 400 mg/kg, bem como ausência de focos hemorrágicos e aumento da proteção das mucosas, quando comparado ao controle negativo. As propriedades citotóxicas, mutagênicas e antioxidantes do EA foram avaliadas em células de Saccharomyces cerevisiae, células de mamífero (V79) e frente à Artemia salina. Em S. cerevisiae o EA promoveu efeito citotóxico nas concentrações mais altas e apesar da ausência de efeitos citotóxicos frente à A. salina, um efeito citotóxico e genotóxico também foi observado em células V79 em concentrações superiores a 250 μg/mL. Entretanto, foi possível observar que o EA não apresentou atividade mutagênica nas concentrações testadas, além de apresentar atividade antioxidante no teste in vitro do sequestro do radical DPPH•. A atividade antimicrobiana do EA foi avaliada contra diversas bactérias gram-positivas e negativas e contra o protozoário oportunista Acanthamoeba castellanii. Os resultados mostraram que todas as bactérias testadas foram sensíveis ao EA, caracterizando um amplo espectro de atividade antagonista do mesmo. Além disso, a atividade amebicida também apresentou mortalidade contra os trofozoítos. Assim, conclui-se que extrato testado possui potenciais efeitos anti-inflamatório, antioxidante, gastroprotetor e antimicrobiano, fato que justifica a continuidade dos estudos com esta planta e seu uso na medicina tradicional. Futuros estudos serão necessários para validar cientificamente o uso desta planta como um agente fitoterápico seguro e eficaz no combate a estes transtornos.