Padronização e atividade anti-inflamatória do extrato aquoso de Psittacanthus plagiophyllus Eichl. (Loranthaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: BEZERRA, Adrielle Nara Serra lattes
Orientador(a): MOURÃO, Rosa Helena Veras
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia
Departamento: Instituto de Engenharia e Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/141
Resumo: Abundante em cajueiros das áreas de savana do distrito de Alter do Chão, Santarém, Pará, Brasil, a espécie hemiparasita Psittacanthus plagiophyllus Eichl. (Loranthaceae), conhecida como erva-de-passarinho, é utilizada popularmente para tratar gastrite e condições inflamatórias diversas. Considerando a ausência de estudos farmacológicos com essa espécie na literatura e a importância da pesquisa de drogas anti-inflamatórias de origem vegetal, o objetivo do presente estudo foi padronizar o extrato obtido de folhas de P. plagiophyllus e avaliar seu potencial anti-inflamatório em modelo animal e sua capacidade antioxidante in vitro. O controle de qualidade e a padronização do extrato e da droga vegetal de P. plagiophyllus foram realizados de acordo com o preconizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da Farmacopeia Brasileira, 5ª edição. Para obtenção e padronização do extrato de P. plagiophyllus, a droga vegetal foi submetida a testes piloto de extração por diferentes proporções de etanol e água, seguidos do doseamento de fenois totais, taninos e flavonoides, a fim de selecionar o líquido extrator mais adequado para a obtenção de um extrato rico em compostos bioativos. Após a escolha da água como líquido extrator e produção do extrato aquoso de P. plagiophyllus (EAPp) a uma temperatura de 70 ºC, este foi liofilizado e submetido a testes de caracterização físico-química preconizados pela ANVISA e à determinação do perfil cromatográfico por cromatografia em camada delgada, o qual indicou a presença de taninos hidrolisáveis e condensados, flavonoides e cumarinas. A quantificação dos compostos fenólicos presentes no extrato evidenciou as concentrações de 12,62±0,18% de fenois totais, 5,39±0,01% de taninos totais, 12,54±0,24% de taninos hidrolisáveis, 8,37±0,32% de taninos condensados e 1,23±0,02% de flavonoides totais. Para a avaliação da atividade anti-inflamatória in vivo do EAPp, foi inicialmente empregado o modelo do edema de pata induzido por carragenina e por dextrana em ratos. Nas doses de 500 e 1000 mg/Kg (v.o), o EAPp apresentou ação antiedematogênica significativa (p<0,01) nos dois modelos, o que sugere uma possível ação em eventos vasculares e celulares da resposta inflamatória e um efeito supressivo em relação a mediadores responsáveis pela formação do edema. Visando avaliar o efeito do EAPp na exsudação e no recrutamento de leucócitos em resposta à carragenina, foi utilizado o modelo da bolsa de ar subcutânea. Em todas as doses testadas (250, 500 e 1000 mg/Kg (v.o), o EAPp inibiu significativamente (p<0,01) a migração de leucócitos totais e de neutrófilos e reduziu a exsudação na bolsa, de forma dose dependente. Além disso, no ensaio de atividade antioxidante do EAPp in vitro, pelo método de sequestro do radical livre DPPH, o extrato (75 μg/mL) foi capaz de reduzir em até 93,13±1,71% o radical testado, o que evidencia seu potencial antioxidante. As ações farmacológicas observadas podem estar relacionadas ao elevado teor de compostos fenólicos presentes no EAPp. Esses resultados fornecem evidências científicas para o uso popular de P. plagiophyllus no tratamento de desordens inflamatórias.