Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Mano, Maria Amélia Medeiros |
Orientador(a): |
Fischer, Nilton Bueno |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/256251
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Resumo: |
Esta dissertação discute a educação médica a partir de suas dimensões históricas e filosóficas em meio à crise paradigmática. Traz a possibilidade de humanização do ensino e da prática médica tendo como referencial a Medicina paralela. O problema de pesquisa é a busca e o entendimento de práticas paralelas de cuidado e cura, entendendo que esses saberes milenarmente construídos e legitimados pela população em geral, têm muito a contribuir na humanização da Medicina oficial. O objetivo da pesquisa é possibilitar aos estudantes e educadores dos cursos médicos e da área da saúde em geral, o conhecimento de formas possíveis de humanização na saúde coletiva. Para isso, foi utilizada a história oral temática como técnica de pesquisa, tendo como sujeito um pai-de-santo da vila Campo da Tuca, bairro Partenon, zona leste de Porto Alegre. O espaço da pesquisa é a vila Campo da Tuca, onde existe assistência médica de um centro de ensino formador de residentes em Medicina de Família e Comunidade, bem como outros profissionais de mais cinco áreas da saúde. O trabalho de campo durou 14 meses, iniciando em maio de 2003. e nesse período, foram realizadas entrevistas gravadas semanais, com algumas pausas combinadas ou em razão das necessidades da pesquisadora e do sujeito, bem como situações de conflito na vila. As entrevistas puderam traçar a história do Campo da Tuca e a situação presente, com conflitos e realidades diversas. A trajetória do pai-de-santo foi contada, enfocando os espaços de cuidado em que trabalhou, as relações com a comunidade e com a Medicina oficial, a religião, as especificidades de seu ofício, bem como frustrações, sonhos e desejos. Os achados trouxeram inúmeras contribuições para a área médica, especialmente no que diz respeito ao diálogo e à escuta sensível como ação terapêutica eficaz e extremamente desejada aos que buscam alívio para as dores do corpo e da alma. Esta dicotomia também é discutida, entendendo que a noção de complementaridade pode ser a melhor, trabalhada e vivida por todos os profissionais de saúde. As fronteiras entre corpo e alma, arte e ciência, religião e tecnologia, magia e precisão, certeza e incerteza são mais tênues do que se pensa e, em muitos momentos, estão unidas, com a falta de nitidez necessária à compreensão do mundo, do homem, da saúde e da doença como um conjunto reações e relações, sentimentos e anseios. Diferente da fragmentação que a biomedicina impõe As conclusões apontam para a necessidade da escuta, do amor, da troca de saberes para um reencontro da humanização nas formas de cuidado. Entende que há diversas formas de cuidar e todas são únicas para cada indivíduo, tal qual ele também é único em um universo que guarda imensas descobertas, magias, mistérios e inúmeros caminhos a serem trilhados. |