Caracterização mineralógica e petrológica da ocorrência de dickita em reservatórios rasos da Bacia do Recôncavo, Bahia : implicações para a evolução da bacia e do sistema diagenético

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Bona, Janete de
Orientador(a): De Ros, Luiz Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/8780
Resumo: Os arenitos fluviais e eólicos da Formação Sergi (Jurássico – Cretáceo) são os reservatórios mais importantes da Bacia do Recôncavo, nordeste do Brasil. Um estudo detalhado utilizando Microscopia Eletrônica de Varredura, Microscopia Ótica, Difração de Raios-X e Espectroscopia de Infravermelho revelou a ocorrência de dickita, um argilomineral indicativo de soterramento profundo (T >100oC), nos campos de óleo de Buracica (630 a 870 m) e Água Grande (1300 a 1530 m). A dickita ocorre distribuída irregularmente em arenitos com grande permeabilidade e porosidade intergranular da seqüência estratigráfica média da Formação Sergi, como agregados vermiculares e booklets substituindo grãos de feldspato e preenchendo poros gerados por dissolução de feldspatos e poros intergranulares adjacentes. O hábito vermicular da dickita é um produto da transformação pseudomórfica da caolinita durante o soterramento, provavelmente sob influência de condições ácidas relacionadas a ácidos orgânicos gerados da evolução térmica do querogênio nas rochas geradoras rift. A presença de dickita concorda com a intensidade de compactação, com a relativamente abundante cimentação pós-compactacional de quartzo, e com os valores de isótopos estáveis de oxigênio dos cimentos de calcita pós-compactacional, que correspondem a temperaturas de até 116oC. Essas evidências sugerem que os arenitos foram submetidos a temperaturas substancialmente mais altas que aquelas correspondentes a sua atual profundidade. Entretanto, um fluxo de calor ou de fluidos mais acentuado não pode ser invocado para a área para explicar as altas temperaturas. A ocorrência de dickita, associada a outras evidências petrológicas para condições de soterramento profundo, bem como análises de traços de fissão em apatitas de outras áreas na bacia, indicam que a área central da Bacia do Recôncavo sofreu soerguimento e erosão de pelo menos 1 km (provavelmente mais que 1500 m). Este evento não foi anteriormente detectado por modelos estruturais e estratigráficos convencionais.