Conversa de enfermeiras e usuárias em consultas ginecológicas de enfermagem : uma questão de equidade?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Hesler, Lilian Zielke
Orientador(a): Meneghel, Stela Nazareth
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/238675
Resumo: A consulta de enfermagem ginecológica possibilita um encontro com a usuária, onde além dos aspectos clínicos, procura-se atender as demais necessidades de saúde das mulheres. Este estudo teve por objetivo geral analisar as conversas produzidas entre enfermeiras e usuárias durante a consulta de enfermagem ginecológica para a coleta do exame citopatológico na Atenção Básica em Saúde, sob a perspectiva da equidade. Equidade entendida como atenção diferenciada às mulheres de acordo com suas demandas e suas particularidades socioeconômicas, raciais e geracionais. Os objetivos específicos buscam observar e descrever os elementos conversacionais presentes na fala das mulheres (enfermeiras e usuárias) e analisar a fala-em-interação dessas mulheres durante a consulta de enfermagem ginecológica para a coleta do exame citopatológico. Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem qualitativa. O desenho da pesquisa alinha-se aos estudos sobre análise da conversa ou da fala-em–interação que analisam os métodos utilizados pelos atores sociais enquanto desempenham seus diferentes papeis em conversas produzidas em ambientes informais ou institucionais. As participantes da pesquisa compreendem uma amostra intencional de três enfermeiras e 26 mulheres em idade reprodutiva que procuraram o atendimento de enfermagem para coleta de material para o exame citopatológico. O estudo foi realizado em três serviços de Atenção Básica em Saúde de um município do noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A coleta de dados ocorreu por meio da observação e gravação das interações entre enfermeiras e mulheres nos serviços de saúde entre os meses de dezembro de 2016 a maio de 2017. As falas foram analisadas sob a perspectiva da Análise da Conversa e organizadas de acordo com os três momentos do ato clínico, correspondendo ao acolhimento, à consulta (coleta do exame citopatológico) e ao encerramento da consulta. Verificou-se que o acolhimento das mulheres era realizado por meio de uma conversa iniciada pela saudação, perguntas sobre os dados demográficos e outras direcionadas aos aspectos ginecológicos, sexuais e reprodutivos. No acolhimento observou-se que as enfermeiras introduziram assuntos de suas vidas pessoais, relatando problemas de saúde e falando de filhos ou família e finalizando com explicações referentes à realização do exame citopatológico. A conversa entre enfermeira e usuária no momento da coleta do exame citopatológico mostrou-se como um momento delicado, emergindo temas que geram vergonha ou representam tabus na sociedade. Ainda durante a coleta do exame, enfermeiras e usuárias falaram sobre anticoncepção, vida sexual e reprodutiva e uso de medicamentos. No fechamento da consulta ginecológica foram fornecidas informações sobre resultado do exame, data de retorno e indicação de exames complementares. As enfermeiras realizam orientações educativas em vários momentos da consulta, mostrando a importância da prevenção do câncer de colo uterino por meio do acompanhamento periódico. Os achados deste estudo podem auxiliar os profissionais de enfermagem a melhorar suas habilidades comunicativas junto às usuárias de serviços de saúde, evitando condutas que possam gerar algum tipo de mal-estar, incompreensão ou constrangimento.