Por uma saída de campo no contexto da geografia menor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Flores, Simone da Silva
Orientador(a): Tonini, Ivaine Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213418
Resumo: O presente trabalho anseia em trazer a análise das saídas de campo no contexto da escola pública. Em meio àsimposições externas vindas do meio político, queatormentam cotidianamente o profissional da educação, causando o afastamento, apatia, desistênciae um rasgo em sua saúde mental. Escrever sobre educação é tecer movimentos de luta e resistência. Essas resistências estão nesta pesquisa, com o foco em atividades de saídas investigativas,que possam contribuir para as rasuras de territorialidades de alunos de periferia da cidade de Porto Alegre, essa intenção também vista como forma de (re) existir na profissão, trouxe, dentro da perspectiva da Geografia Menor, outras formas de planejar, agir, ouviralunos e sua compreensão das saídas de campo. Antes de chegar a Geografia Menor, busquei caminhar pela estrada de uma investigação que pudessedesacostumar e convidar as saídasde campo a comporsentidos e abrir fissuras, movimentos de percepção do espaço vivido e percebido de formar,de deslocar o entendimento de mundo. Nessa cartografia de andanças, no princípio rizomático de pensar e fazer,encontreiforças na Cartografia de Deleuze &Guatarri para desenhar a trajetória dessa pesquisa. Não como um método preestabelecido, masem uma atitude de investigação, buscando acompanhar percursos, processos de apurar os ouvidos,para perceber o que poderia vir. O que procurei fazerfoiacompanhar as linhas, compreender os cruzamentos e marcar pontosde ruptura das saídas de campo. Através de assembleiasou plenárias, fomos construindoessa Geografia Menor e abrindo outras formas de pensar como a saída de campo poderia ser mais bemaproveitada pela Geografia Maior. A construção coletiva das atividades trouxe a escuta como potência de planejamento e exercício coletivodo que se aprende na escola e movimenta o papel do professor como fonte centralizadora do saber político dentro de uma sala de aula. Trabalhar de forma aberta para compreender como “toca” o aprendizado nos alunos, ainda ditos como não tão maduros, no que se refere a processos,é algo desafiador. O professor precisa estar aberto a críticas, aenfrentar omedo de ser criticado pelos alunos, discernir o que funciona e o que é necessário, além dodesafio de fomentar o senso crítico das turmas. É um processo que desacomoda, move a figura de todos envolvidos. Esses fatores foram essenciais para nós,resistência,e, aqui, pesquisa, alémde demonstrar um pouco do trabalho docente da Rede Municipal de Porto Alegre, em meio às pressões externas da macropolítica,e da forma de continuarmos acreditandona docência,uma fonte de rasurar realidades. Foram três saídasde campo, planejadas a partir do que estávamos trabalhando em sala de aula, sendo que na última,foramos alunos do 6°anoque organizarama saída de campo das turmas de 5° ano. Para essas análises,utilizei três eixos: “o que se vê”,na tentativa de abarcar como planejar e executar a partir da experiência da falta d’águano bairro inserido; “o que se ouve”, o planejamento e apresentação do que se viu para organizar o que as B20sfariam, e, por fim, “ o que se sente, no qual verso sobre as dificuldades da última saída de campo. Este texto é um jardim de pensamentos em como a Geografia Menor preconiza a abertura de caminhos, no desestabilizar, abrir fraturas que permitam ao humano embrutecido respirar, reexistir. Esse jardim é regado por nós, professores e professoras de Geografia, pela urgência de florir a espacialidade de Geografias negligenciadas pela Maior, que embrutece e distancia o entendimento do espaço geográfico por aqueles que queremos tocar espacialmente, os alunos.