A alternância causativa no português do Brasil : a distribuição do cíclico SE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ribeiro, Pablo Nunes
Orientador(a): Menuzzi, Sérgio de Moura
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/24047
Resumo: A presente dissertação investiga a distribuição do clítico se na alternância causativa no português do Brasil (PB). No que diz respeito à utilização deste clítico, os verbos alternantes no PB podem ser classificados em três categorias: (i) verbos que formam a variante incoativa somente com o clítico se (cf. A discussão aborreceu Ana./Ana *(se) aborreceu.); (ii) verbos que formam a incoativa sem o se (cf. O governo aumentou a arrecadação./A arrecadação (*se) aumentou.); e (iii) verbos que permitem as duas possibilidades de alternância (cf. Paulo quebrou o vaso./O vaso (se) quebrou.). Nosso intuito é demonstrar que determinadas características semânticas dos verbos alternantes definem a necessidade ou não de utilização do se na forma incoativa destes verbos. Mais especificamente, com base no trabalho de Souza (1999), investigamos a hipótese de que a principal função do clítico se nas incoativas é evitar a ambiguidade entre as diáteses do verbo, indicando que o argumento na forma intransitiva é o afetado no evento. No primeiro capítulo, realizamos uma breve revisão teórica acerca das restrições semânticas que determinam a participação dos verbos na alternância causativa. Estabelecidas estas restrições, no segundo capítulo, analisamos algumas propostas que discutem a utilização do clítico nesta alternância. Primeiramente, são analisados os trabalhos de Chierchia (2004) e de Koontz-Garboden (2009), que propõem que as sentenças incoativas são derivadas por meio de uma operação de reflexivização. Com base nos dados do PB, argumentamos contra uma análise desta natureza para explicar de um modo geral a formação das incoativas em nossa língua. Na segunda parte do capítulo, examinamos o trabalho de Souza (1999), que estuda as diferentes formas de manifestação da alternância causativa no PB, e propõe algumas hipóteses para explicar a utilização do clítico se, as quais fundamentam nossa análise. Finalmente, no terceiro capítulo, realizamos um estudo descritivo sobre a utilização do clítico se na alternância causativa no PB, com base em um corpus composto por 132 verbos alternantes. Considerando-se a hipótese da ambiguidade, este estudo possibilitou a identificação de fatores semânticos que determinam a utilização ou não do clítico nas incoativas, entre eles a diátese básica dos verbos, a seleção de afetados animados e o nível de especificação do estado resultante do evento no significado dos verbos.