A alternância transitivo-intransitiva no português brasileiro: fenômenos semânticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Luana Lopes Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/MGSS-9VNMNV
Resumo: Nesta dissertação, tomamos como objeto de estudo o fenômeno sintático que chamamos de "alternância transtivo-intrasitiva". Esse fenômeno pode ser definido com a possibilidade de ocorrência de um mesmo verbo em dois tipos de estrutura sintática: um tipo de estrutura transitiva (DP1 V DP2) ou um tipo de estrutua intransitiva (DP2 V). A partir de uma análise de diferentes tipos semânticos de verbos do português brasileiro, propomos que essa dupla estruturação não pode ser associada a um único tipo de fenômeno semântico, ou a uma única classe de verbos. Na literatura, geralmente, esse fenômeno sintático é associado à alternância semântica conhecida como "causativo-incoativa" e à classe dos verbos de mudança de estado. Mostramos que fenômenos semânticos de vários tipos podem resultar na alternância transtivo-intranstiva na sintaxe. Além da da alternância causativo-incoativa, elencamos também os seguintes fenômenos semânticos: a formação do que chamamos de construções de resultado, a formação das sentenças médias, o processo metonímico, a alternância parte-todo e a alternância com verbos aspectuais. Ainda, propomos que o fenômeno sintático mais amplo percorre diferentes níveis de análise, podendo ter escopo sobre classes de verbos mais amplas (em um tipo de classificação coarse-grained), sobre classes de verbos medianas (em um tipo de classificação medium-grained), ou anida sobre classes bem específicas (em um tipo de classificação fine-grained). Os fenômenos semânticos particulares, entretanto, elegem um determinado nível de classificação. A formação das construções de resultado ocorre com uma classe de verbos mais ampla (coarse-grained), a alternância causativo-incoativa ocorre com uma classe mediana (medium-grained), a metonímia e a alternância parte-todo ocorrem com uma classe mais específica (fine-grained). Apenas a formação de médias tem escopo sobre classes de dois níveis de classificação, coarse-grained e medium-grained, e para a alternância com verbos aspectuais não definimos um nível de classificação específico. Nossa análise da alternância transitivo-intransitva corrobora a hipótese, já apresentada na literatura, de que o mapeamento Semântica-sintaxe é de muitos-para-um, ou seja, várias categorais semnânticas se projetam em uma mesma categoria sintática. Para a realização deste trabalho, seguimos a linha de pesquisa conhecida como Interface Sintaxe-Semântica Lexical e utilizamos com referencial teórico a decomposição de predicados.