Estudo de morfodiversidade de Anodontites trapezea (Spix in Wagner, 1827) em diferentes bacias neotropicais e revalidação da espécie Anodontites membranacea (Maton, 1809)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Antoniazzi, Thiago Nunes
Orientador(a): Marques, Cláudia Calegaro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/283291
Resumo: Bivalves límnicos perolados (Unionida) pertencentes ao gênero Anodontites Bruguière, 1792 estão entre os mais diversos dentro da ordem. Apesar da sua grande representatividade, tanto no número de espécies quanto na distribuição, sendo endêmico da região neotropical, esse gênero de náiades é pouco conhecido. Anodontites trapezea (Spix in Wagner, 1827) é um representante do grupo que apresenta histórico taxonômico conturbado. A espécie demonstra uma aparente plasticidade na forma de sua concha, resultando em uma variabilidade intraespecífica que dificulta sua correta identificação. Além disso, A. trapezea é encontrada nas bacias Amazônica, dos rios São Francisco, Paraguai, da Prata, Paraná, Uruguai, e do Atlântico Sul, conferindo uma ampla ocorrência. Foram estudadas a superfície externa e a estrutura interna da concha, com auxílio de microscopia eletrônica de varredura, bem como morfologia valvar e morfoanatomia das partes moles para buscar semelhanças e diferenças entre os indivíduos de A. trapezea das diferentes bacias em que a espécie se distribui. Análises de morfometria geométrica também foram utilizadas com o mesmo propósito. O estudo de microscopia eletrônica de varredura não demonstrou diferenças relevantes entre os grupos. Nas demais análises realizadas, os exemplares da bacia do Rio São Francisco se mostraram diferentes dos indivíduos das demais bacias, que por sua vez apresentaram-se conjuntamente semelhantes: os resultados de morfologia da concha e morfoanatomia da massa visceral evidenciam diferenças entre as cicatrizes dos músculos na concha, na disposição dos septos branquiais, nas dimensões dos palpos labiais e na posição do bolso esquerdo no estômago. A morfometria geométrica também discriminou os indivíduos de A. trapezea oriundos da bacia do Rio São Francisco, que foram separados com bastante evidências dos exemplares das demais bacias, que demonstraram proximidade entre si segundo a análise. Assim, os resultados do presente estudo permitem sugerir que A. trapezea é um complexo composto por duas espécies. Para os indivíduos das bacias platinas e do Atlântico Sul, sugerimos a revalidação do nome específico que apresenta prioridade, Anodontites membranacea (Maton, 1809).