Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Costa, Nathalia Zorzo |
Orientador(a): |
Riquinho, Deise Lisboa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/259656
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Resumo: |
Introdução: o Brasil é o segundo maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo. O Rio Grande do Sul é o terceiro estado brasileiro com maior comercialização destes insumos na agricultura. Estudos nacionais e internacionais sugerem que a exposição materna, no período pré-concepcional e gestacional, está associada ao aumento no risco de anomalia congênita, prematuridade e baixo peso ao nascer no recém-nascido. Objetivo: analisar a associação da comercialização de agrotóxicos mais utilizados no Rio Grande do Sul nos anos 2018 e 2019 e os desfechos dos nascidos vivos em 2019. Método: trata-se de um estudo ecológico. A população em estudo foram 134.324 nascidos vivos de mulheres residentes no Estado do Rio Grande do Sul e a amostra de 41.083. As variáveis desfecho foram anomalia congênita, baixo peso ao nascer e prematuridade de cada Região de Saúde. Para coleta de dados, foram utilizados dados secundários obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul. As informações referentes aos agrotóxicos foram obtidas no Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do mesmo Estado. As informações sobre os cultivos e área plantada/colhida foram obtidas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para análise, selecionou-se as 13 Regiões de Saúde que mais cultivaram soja, arroz, trigo, milho e fumo. A exposição ambiental foi calculada através do indicador representado pela razão entre o agrotóxico (litros) comercializados/área plantada ou destinada à colheita (Hectares). A análise foi realizada por meio do programa estatístico SPSS, versão 21.0. A associação entre o uso de agrotóxicos e os desfechos foi avaliada pelo teste do coeficiente de correlação de Spearman (r). Foi considerado um nível de significância de 5% (p<0,05). O estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da ESP/SES (CAAE: 28475020.9.3001.5312) e da UFRGS (CAAE: 28475020.9.0000.5347). Resultados: os cultivos mais plantados no Estado foram a soja, arroz, aveia, trigo, fumo e milho. A soja foi mais cultivada nas regiões no 12,11,13,1,3, nesta ordem; o arroz nas regiões no 3, 21, 9, 5, 1; a aveia nas regiões no 13, 12, 11, 15, 24; o trigo nas regiões no 11, 13, 15, 14 e 12, o Milho nas regiões o 15,14,11,21,28 e o fumo nas regiões no 28, 9, 21, 27 e 1. As quatro principais classes e os quatro tipos de agrotóxicos mais comercializados foram inseticidas, herbicidas, fungicidas, bactericidas, Glifosato, 2- 4D (2,4 Diclorofenóxiacético), Atrazina e Paraquate, respectivamente. Observou-se correlações positivas e estatisticamente significativa em 13 Regiões de Saúde analisadas. Destaca-se a Região de Saúde no 3 (fronteira com Uruguai e Argentina) que apresentou correlações positivas e estatisticamente significativas paras os três desfechos estudados. Esta região apresentou correlações positivas fortes (r>0,7) em relação ao baixo peso e o comércio de inseticida em 2019 (r= 0,855, p=0,01), Atrazina em 2018 (r= 0,845, p<0,01), Atrazina em 2019 (r= 0,773, p=0,01); e em relação à anomalia congênita e o comércio de inseticida em 2019 (r= 752,p<0,01), fungicida em 2019 (r=0,706,p=0,01), 2,4D em 2019 (r= 0,716, p=0,01), Atrazina em 2018 (r= 0,826, p<0,01) e em 2019 (r= 0,872 p<0,01). Conclusão: Os dados apresentados sugerem relação entre a comercialização dos agrotóxicos e a ocorrência de prematuridade, baixo peso ao nascer e anomalia congênitas entre os nascidos vivos no RS. |