Efeitos de dois modelos de treinamento aeróbico realizados em diferentes meios sobre parâmetros cardiorrespiratórios, hormonais e metabólicos de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 – um ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Delevatti, Rodrigo Sudatti
Orientador(a): Kruel, Luiz Fernando Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/83499
Resumo: Objetivo: Analisar os efeitos crônicos de dois modelos de treinamento aeróbico realizados em ambiente aquático e terrestre sobre parâmetros cardiorrespiratórios, funcionais, metabólicos, hormonais e de qualidade de vida em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DMT2). Materiais e métodos: Pacientes com DMT2 foram randomizados em um grupo de treinamento aeróbico aquático (n = 11) ou um grupo de treinamento aeróbico terrestre (n = 10). Ambos os programas apresentaram uma periodização de treinamento similar, diferindo basicamente no meio em que foram realizados. Estes programas tiveram duração de 12 semanas, sendo adotado o método intervalado, com intensidades variando entre 85 e 100% do segundo limiar ventilatório (LV2) e duração total das sessões de 45 minutos. Foram avaliados parâmetros cardiorrespiratórios, funcionais, bioquímicos e de qualidade de vida, todos nos momentos pré e pós-treinamento. Os dados foram descritos pelos valores de média e desvio-padrão. A comparação das variáveis dependentes entre grupos no momento pré-intervenção foi realizada através do teste t de Student para amostras independentes ou através do teste de qui-quadrado. A análise de variância de medidas repetidas com fator grupo foi usada para comparações entre os diferentes momentos em ambos os grupos, adotando-se um nível de significância (α) de 0,05. Resultados: As intervenções propostas resultaram em um aumento do percentual do consumo de oxigênio no segundo limiar ventilatório - %VO2LV2 (p = 0,032) e uma redução da frequência cardíaca de repouso - FCrep (p = 0,011) em ambos os grupos, não alterando significativamente as variáveis cardiorrespiratórias consumo de oxigênio de pico (VO2pico), consumo de oxigênio no segundo limiar ventilatório (VO2LV2), pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD). A mobilidade funcional também melhorou em ambos os grupos, pois estes diminuiram seus tempos médios de realização do Timed Up and Go test em velocidade habitual (p = 0,019) e máxima (p = 0,014). Analisando os desfechos glicêmicos, ambos os grupos apresentaram uma redução significativa nos níveis de hemoglobina glicada – HbA1c (p = 0,035) e não sofreram alterações significativas nos níveis de glicemia de jejum (GJ) e glicemia pós-prandial (GPP) após as intervenções propostas. Este comportamento foi encontrado também na análise dos valores de insulina de jejum (IJ) e resistência a insulina (HOMA-IR), que apresentaram apenas diferença entre os grupos (IJ, p = 0,039 e HOMA-IR, p = 0,032). No perfil lipídico, apenas os valores de triglicerídeos (TG) não demonstraram alterações após o treinamento, tendo ocorrido redução significativa nos níveis de colesterol total - CT (p = 0,054), lipoproteína de alta densidade - HDL (p < 0,001) e lipoproteína de baixa densidade - LDL (p = 0,034). O mesmo comportamento ocorreu na atividade da renina plasmática - ARP (p = 0,035) e nos níveis de proteína C-reativa ultra-sensível - PCRus (p = 0,001). Ambos os grupos também apresentaram melhora significativa após o período de treinamento na qualidade de vida relacionada aos domínios físico (p = 0,019) e psicológico (p = 0,027), sem alterações significativas na qualidade de vida geral e nos demais domínios analisados. Conclusões: O treinamento aeróbico proposto ocasionou benéficos efeitos no %VO2LV2, na FCrep, em parâmetros funcionais, no controle glicêmico, nos níveis de CT e LDL, na inflamação sistêmica, na ARP e na qualidade de vida relacionada aos domínios físico e psicológico, independente do meio em que foi realizado. No entanto, mostrou-se inespecífico para melhorar os níveis de HDL e não impactou significativamente a maioria dos parâmetros cardiorrespiratórios, assim como os níveis insulinêmicos e a qualidade de vida geral e nos domínios ambiental e relações sociais.