Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Petrochi, Denilson José |
Orientador(a): |
Friedman, Gilberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263483
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: O lactato sérico é considerado um dos biomarcadores que mais se relaciona com morbidade e mortalidade dos pacientes graves. Particularmente na apresentação inicial, a hiperlactatemia é considerada como marcador de hipoperfusão e deve ser usada para disparar a ressuscitação hemodinâmica, mesmo na ausência de hipotensão. A infecção por COVID-19 é uma resposta inflamatória aguda, intensa e dramática que pode evoluir para falências orgânicas e morte. A associação entre valores de lactato sanguíneo e desfecho clínico permanece incerta em pacientes com infecção por SARS-CoV-2. OBJETIVO: O objetivo primário consiste em identificar se a hiperlactatemia nos três primeiros dias está associada com a mortalidade hospitalar nos pacientes com COVID-19, internados em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Objetivo secundário busca identificar o valor de corte de lactato sanguíneo mais adequado que se correlaciona com a mortalidade hospitalar nesses pacientes. MÉTODOS: Neste estudo observacional, retrospectivo, unicêntrico, analisamos os prontuários eletrônicos de pacientes admitidos consecutivamente na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com o diagnóstico de SARS-CoV-2 no período entre março e julho de 2020. Foram coletados os níveis de lactato nos três primeiros dias (sendo considerados para análise o maior valor coletado em cada dia), variáveis demográficas, necessidade de suporte orgânico (uso de ventilação mecânica, terapia renal substitutiva, vasopressores) e desfecho na UTI e no hospital. Os pacientes foram divididos em dois grupos, conforme o nível de lactato sérico < 2mmol/L e lactato ≥ 2 mmol/L, e suas variáveis foram comparadas. RESULTADOS: Foram analisados 273 pacientes. A hiperlactatemia (lactato ≥ 2,0 mmol/L) ocorreu em 79 (29%) pacientes, com mortalidade de 55 (70%). A presença de hiperlactatemia associou-se a idade mais avançada dos pacientes, maior SAPS-3, presença de diabetes mellitus, pressão arterial média mais baixa e menor relação PaO2/FiO2 no primeiro dia de internação, além de maior uso de vasopressores e ventilação mecânica. Em relação à curva Receiver Operating Characteristic (ROC) do lactato para mortalidade hospitalar, foi encontrada no primeiro dia uma área sob a curva ROC (AUC-ROC) de 0,73, com a melhor relação (sensibilidade 70,4%, especificidade 66,5%) para prever a mortalidade hospitalar foi para o ponto de corte de lactato ≥ 1,6 mmol/L, com o risco relativo (RR) de 1,94 (IC 1,51-2,48, p < 0,001). No segundo dia, a AUC-ROC foi de 0,69, com sensibilidade de 60,8% e especificidade de 69,9%, sendo o ponto de corte de lactato ≥ 1,5 mmol/L, e o RR foi 1,71 (IC 1,31-2,48, p < 0,001). No terceiro dia, o ponto de corte também foi ≥ 1,5 mmol/L, a AUC-ROC foi de 0,78, e o RR foi 2,43 (IC 1,67-3,53, p < 0,001). A associação entre a mortalidade e a hiperlactatemia permaneceu de forma independente, mesmo após ajustes para os efeitos de idade, SAPS-3, ventilação mecânica, uso de vasopressor e Terapia Renal Substitutiva (TRS), para o lactato ≥ 1,6 mmol/L nas primeiras 24h de admissão, o RR foi de 1,25 (IC 1,13-1,39, p < 0,001) e para lactato ≥ 2 mmol/L nas primeiras 24h de admissão, o RR foi de 1,64 (IC 1,29-2,09, p < 0,001). CONCLUSÃO: A hiperlactatemia, lactato sérico ≥ 2 mmol/L, em pacientes críticos com COVID-19 internados em UTI está associada a maior risco de morte. |