Avaliação da qualidade do cuidado a idosos nos serviços da rede pública de atenção primária de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Elise Botteselle de
Orientador(a): Bozzetti, Mary Clarisse
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/143378
Resumo: Introdução O envelhecimento populacional causado pelo aumento da longevidade e pela redução da fecundidade gera um aumento do peso relativo da população idosa e consequentemente leva a um aumento da demanda pelos serviços de saúde. A Atenção Primária à Saúde (APS) absorve grande número desses pacientes e é corresponsável pela promoção do envelhecimento saudável e, principalmente, pelo diagnóstico e manejo das doenças crônicas, que tendem a ser múltiplas nessa faixa etária. Este estudo tem por objetivo avaliar a qualidade do cuidado prestado a idosos na rede pública de APS de Porto Alegre. Métodos Estudo transversal de base populacional em adultos com mais de 60 anos, residentes nas áreas atendidas pela rede pública de APS de Porto Alegre, que abrange quatro tipos de serviços: as Unidades Básicas de Saúde (UBS), as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), as unidades do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (SSC/GHC) e do Centro de Saúde Escola Murialdo (CSEM). Foi utilizado o instrumento validado PCATool-Brasil para avaliar o grau de orientação dos serviços à APS, medindo a presença e a extensão de seus atributos, assim como foi mensurada a prevalência de práticas preventivas rotineiras como medida do processo de atenção na população idosa. Resultados Foram identificados 212 idosos (62 em UBS, 75 em ESF, 32 no CSEM e 43 no SSC/GHC) na população estudada. Comparando-se o grau de orientação à APS entre os idosos dos diferentes serviços de saúde, houve diferença significativa para os atributos acesso-utilização, longitudinalidade, coordenação do cuidado e dos sistemas de informações, orientação familiar e comunitária. Quanto à atenção e à qualidade do cuidado aos idosos, houve diferença significativa entre os serviços com alta e baixa orientação à APS em relação à prática de orientações preventivas à população em geral, aos portadores de hipertensão e de diabetes e aos portadores de mais de uma doença crônica. Também houve diferença significativa entre os serviços de saúde quando se construiu um escore para sintetizar todas as intervenções estudadas. O escore de práticas preventivas foi maior nos serviços que também apresentaram alto escore de APS no PCATool-Brasil. Os resultados mostraram que os serviços de APS de Porto Alegre possuem escores baixos, principalmente para os atributos coordenação do cuidado e integralidade, além da baixa orientação comunitária. Em resumo, os escores de APS que determinam o grau de orientação à APS alcançado pelos serviços são maiores no SSC/GHC em relação à UBS e aos demais, porém extremamente baixos em todos os serviços. Somente o SSC/GHC atinge alto escore essencial e geral de APS. As práticas preventivas apresentaram prevalências significativamente maiores nos usuários dos serviços de alto escore de APS. Os escores da APS, apesar de baixos, são maiores para idosos dos que os alcançados quando se estudaram os adultos maiores de 18 anos de Porto Alegre. O serviço de saúde com pior grau de orientação à APS é o que atende mais da metade da população. Serviços provedores de APS que não atingem escores adequados para proporcionar à população serviços de qualidade, também não conseguem prestar adequadamente as intervenções preventivas destinadas a essa população. O desenho de natureza transversal e a amostra pequena são limitações do estudo. Conclusão É preciso valorizar a promoção e a prevenção em saúde para enfrentar as condições crônicas e o processo de envelhecimento. Nesse contexto, a APS desenvolve um papel primordial ao coordenar o cuidado dos idosos nas redes de atenção. No entanto, é preciso transformar a atenção fragmentada e centrada nas condições agudas em um sistema que atenda adequadamente às demandas da população idosa. Este estudo sugere que os serviços de saúde são mais efetivos para o cuidado dos idosos quando adquirem os atributos necessários para prover uma APS de qualidade.