Da câmara escura ao brilho do foco : visibilidades possíveis dos trabalhadores de centro cirúrgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Réus, Lucia Helena
Orientador(a): Tittoni, Jaqueline
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/31996
Resumo: Este estudo analisa a articulação dos jogos de saber e poder, bem como os efeitos de verdade no trabalho, sustentados pelo olhar de trabalhadores do centro cirúrgico e presentes na produção de éticas nos modos de trabalhar. A análise do estudo toma como eixo principal o trabalho dos profissionais que atuam no centro cirúrgico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um hospital-escola, instituição pública e universitária, integrante da Rede de Hospitais Universitários do Ministério da Educação e vinculada academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com este eixo principal, tomo o pensamento de Michel Foucault como norteador de um recorte teórico sobre a condição deste sujeito trabalhador permeado pelas relações de saberpoder e jogos de verdade, traçando um diálogo no que se refere às questões do olhar e buscando outros suportes que contemplem uma trajetória particular para essas questões além do campo foucaultiano. A proposta metodológica utilizada nesta pesquisa contemplou as ferramentas da pesquisa intervenção e a estratégia da intervenção fotográfica. Os participantes foram convidados por cartazes e e-mails para a produção de fotografias e realização de encontros para oficinas de fotografias e produção de narrativas fotográficas. Essas narrativas foram construídas coletivamente e possibilitaram refletir sobre os jogos de verdade, indicando visibilidades e invisibilidades nos processos saber-poder presentes neste trabalho. Com imagens escolhidas pelos participantes do grupo, foi realizada uma exposição fotográfica no corredor central do bloco cirúrgico com espaços para a livre manifestação dos trabalhadores. O Centro Cirúrgico foi retratado como um espaço do olhar, da vigilância e do controle. O saber é determinado a partir da visibilidade dos corpos, sejam de pacientes ou de trabalhadores e este saber é legitimado quando emana do brilho do foco cirúrgico. Os recortes produzidos por este estudo e visibilizados pelas imagens apontaram para os elementos que gravitam ao redor, que estão na obscuridade e fora do foco iluminado. As fotos possibilitaram um olhar que se sobressai à cegueira do trabalho cotidiano e lança luz à penumbra do trabalho “secundário”. Tanto esta “cegueira” como o “brilho” são instâncias que fazem parte de um jogo de forças, são estratégias dos jogos de verdade. A visibilidade desses jogos adquire novas possibilidades através do olhar fotográfico, com suas táticas de congelamento no tempo, possibilidades de olhares diversos e de criação de um espaço de discussão.