A noção de "Monarquia Universal" segundo o historiador Serge Gruzinski : aspectos metodológicos, simbólicos e institucionais no período hispano-colonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Giorgi, Grasiela de Souza Thomsen
Orientador(a): Flores, Alfredo de Jesus Dal Molin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/111679
Resumo: O presente trabalho investiga os métodos utilizados pelo etno-historiador Serge Gruzinski – as Connected Histories e a História das Sensibilidades – com a finalidade de compreender como foram construídas as instituições jurídico-políticas pela monarquia católica na América Espanhola até o final da dinastia dos Habsburgos, a partir de uma realidade hegemônica preexistente nos povos pré-colombianos. Não foi possível a simples implantação do sistema institucional hispânico e também não se perpetuaram as instituições pré-colombianas, criandose instituições mescladas. Trata-se de uma realidade complexa, na qual não podem ser considerados apenas indígenas e espanhóis, pois através deste contato surgiram os mestiços e na América nasceram os criollos. Aportaram no Novo Mundo negros, povos de outras raças que se misturaram. Esta mistura não ocorreu apenas no aspecto biológico, mas antes na religião, na escrita e nas instituições. O método das connected histories foi criado por Sanjay Subrahmanyam e adotado por Gruzinski. Os principais desencadeadores deste método, quando aplicado à América Espanhola, são: a função mediadora dos passeurs culturels a descentralização da história e as mestiçagens. Os passeurs são quem realiza os processos de ocidentalização e de globalização. A descentralização da história substitui o polo único europeu ou ibérico por uma pluralidade de centros localizados na periferia, buscando a elaboração da história de forma global e não reducionista. A Monarquia Católica é o campo de observação e aplicação deste método porque está para além dos limites do Estado-nacional. Os elementos mestiços tem sido ignorados ou desvalorizados ao longo da história, mas são importantes porque aprofundam a história e apresentam as realidades complexas, para além de espanhóis e indígenas. Destaca-se também a importância das imagens e do imaginário, que podem expressar uma ideia diretamente, cujas reações são difíceis de traduzir em palavras. É importante captar a história para além das expressões intelectuais ou técnicas, sob pena de haver um reducionismo na apreensão do passado. Trata-se do método da história das sensibilidades. Por fim, é importante destacar a visão de Matthew Restall em relação aos mitos da conquista espanhola, com sua crítica ao mito da superioridade dos espanhóis, pois não podemos partir da premissa de que os espanhóis eram em algum sentido melhores do que os nativos americanos, sob pena de não compreendermos a complexidade da história gerada a partir do contato entre estes dois mundos.