Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Batista, Patrick Santos |
Orientador(a): |
Alves, Ubiratã Kickhöfel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/229776
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Resumo: |
Levando em consideração que distinções funcionais nos diversos sistemas de língua do mundo se dão a partir de diferentes pistas acústicas que assumem um status de mais ou menos primordial em cada sistema linguístico (ALVES; ZIMMER, 2015; SCHWARTZHAUPT et al., 2015; ALVES; LUCHINI, 2016 entre outros), através do estabelecimento de diferentes graus de peso atribuídos a tais pistas acústicas na percepção da fala (HOLT; LOTTO, 2006; FRANCIS et al., 2008; FLEGE; BOHN, 2021), estudos anteriores (DERR; MUSSARO, 1980; SMITH, 1997; BROERSMA, 2005, 2008, 2009) mostraram que o falante nativo de inglês usa a duração vocálica antecedente a consoantes sonoras para diferenciar pares mínimos como lace /s/ e lays /z/, uma vez que ocorre uma dessonorização parcial da fricativa em posição final (ECKMAN, 1981; MAJOR, 1987; ALBUQUERQUE, 2012). A partir desse fato linguístico e alicerçado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos ou TSDC (LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2005; DE BOT et al., 2007; BECKNER et al., 2009; VERSPOOR et al., 2011; LARSEN-FREEMAN, 2015; DE BOT, 2015, 2017; LOWIE, 2017; LOWIE; VERSPOOR, 2017, 2019; YU; LOWIE, 2019; HIVER; AL-HOORIE, 2020; FOGAL; VERSPOOR, 2020; VERSPOOR et al., 2021), o presente estudo visa a verificar o grau de inteligibilidade local (MUNRO; DERWING, 2015) de pares mínimos encerrados por /s/ e /z/ (exemplos: ‘dice’ /s/, ‘lace’ /s/ versus ‘dies’ /z/, ‘lays’ /z/), produzidos por aprendizes brasileiros de nível de oralidade intermediário-superior em inglês, a serem ouvidos por dois grupos de ouvintes: um de brasileiros de nível avançado em fala e escuta em inglês (todos professores de inglês) e outro de falantes argentinos de inglês como L2 (também com nível avançado de proficiência nas habilidades de fala e escuta). Para isso, um grupo de sete aprendizes brasileiros de nível intermediário-superior de proficiência em inglês (L2) realizou uma Tarefa de Produção, aos moldes da metodologia de Batista (2018), em que produziam frases-alvo contendo pares mínimos finalizados em /s/ e /z/. Dois grupos de ouvintes de inglês (L2), um com 16 argentinos e outro com 16 brasileiros, ambos de nível avançado de proficiência, participaram de uma Tarefa de Identificação, em que deveriam identificar as produções dos membros dos pares mínimos por parte do grupo de locutores como uma palavra de alvo /s/ ou de alvo /z/, a fim de verificar se a produção de tais pares pelos aprendizes brasileiros já se mostrava inteligível. Através de uma análise descritiva e de uma análise inferencial, realizadas a partir do software R Studio (R STUDIO TEAM, 2020), os dados do estudo evidenciaram, com resultados significativos estatisticamente (p < 0,05), três variáveis que exercem influência sobre os índices de inteligibilidade local e de identificação da consoante final como /z/ (independentemente do alvo pretendido pelos falantes): ‘nacionalidade’ (‘brasileira’ ou ‘argentina’), ‘duração relativa’ da vogal e ‘vozeamento do alvo’ (‘surdo’ ou ‘sonoro’). Mais ainda, a análise inferencial também determinou interações entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘vozeamento do alvo’ e entre ‘vozeamento do alvo’ e ‘nacionalidade’. Não há, porém, interação entre as variáveis ‘duração relativa’ e ‘nacionalidade’, o que determina que uma nacionalidade não apresenta comportamento diferenciado frente à duração relativa da vogal em comparação a outra. Com o intuito de analisar os dados a partir de uma abordagem que considerasse a variabilidade (LOWIE, 2017; VERSPOOR et al., 2021), a individualidade e os padrões característicos dos participantes, à luz da nossa visão de língua como dinâmica e complexa, posteriormente consideramos a abordagem person-centered (PENG et al., 2020; PENG et al., 2021), ao verificarmos os dados da pesquisa também de forma qualitativa e individual (considerando-se cada um dos locutores, os 32 ouvintes supracitados e, ainda, quatro ouvintes estadunidenses, analisados em caráter exploratório). Com base nessa análise individual, foi possível evidenciar não somente a influência da língua materna e das durações relativas das vogais antecedentes às fricativas surdas e sonoras, mas também, a partir do estabelecimento da relação binomial falante-ouvinte (cf. ALBUQUERQUE, 2019), verificamos a influência das diferentes experiências individuais e situações de uso da língua, tanto por parte de ouvintes quanto de falantes, nos padrões de respostas dos participantes ouvintes. A partir das diferentes abordagens de análise adotadas, consideramos que os resultados apresentados no presente estudo são de grande benefício não somente para a área da Fonologia de Laboratório, mas também para estudos pertencentes ao âmbito aplicado, voltados ao ensino-aprendizagem de pronúncia ministrado a falantes e ouvintes de diferentes sistemas de língua materna. |