Um modelo harmony-seeking de desenho urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Alice Rauber
Orientador(a): Krafta, Rômulo Celso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/256786
Resumo: A presente tese faz uma exploração no âmbito do desenho urbano tomando como ponto de partida teorias de Christopher Alexander, em especial os conceitos desenvolvidos em The Nature of Order. O objetivo principal foi o de propor as bases teórico-metodológicas para a formalização de um modelo de desenho urbano, denominado harmony-seeking em homenagem ao processo de busca pela harmonia, descrito por Alexander. Tal processo ocorreria, segundo o autor, mediante quinze propriedades que descrevem como centros, isto é, partes, se organizam para estruturar o todo e gerar inteireza (wholeness). Inteireza se refere ao caráter estrutural global de uma dada configuração existente no espaço e os centros são as entidades, isto é, as partes que a compõem. Alexander destaca que a noção de inteireza é passível de descrições matemáticas, porém admite que não há ainda um método computacional para alcançar isso. A hipótese considerada foi a de que uma abordagem apoiada em matemática de grafos, como a que vem sendo desenvolvida no campo de sistemas configuracionais urbanos, ofereceria um caminho para a operacionalização da teoria dos centros em direção a um modelo de desenho urbano. A primeira parte do trabalho, pautada pelo viés das teorias de complexidade em cidades, discutiu as teorias de Alexander em relação a especificidades do desenho urbano, sugerindo que: a) a ideia de uma qualidade universal intrínseca à forma, geralmente encontrada nos artefatos naturais, não se aplicaria às cidades, tendo em vista que estas são constituídas por agentes que operam com intencionalidade, diferentemente da auto-organização observada na natureza; b) nem todas as quinze propriedades seriam capazes de descrever a real natureza das cidades devido ao seu caráter genérico e não-sistêmico. A partir dessas constatações, a segunda parte do trabalho expôs o modelo proposto, onde a busca pela harmonia é reinterpretada como a busca por uma intenção de projeto, adotando a visão de que qualidade é relativa a valores e muda conforme o contexto. O modelo aprofunda a questão da descrição do sistema espacial urbano com base em uma abordagem de grafos multicamadas. Os centros são representados como nós do grafo e no lugar das quinze propriedades são utilizadas métricas de diferenciação espacial já disponíveis na literatura, como acessibilidade e centralidade. Assim, propõe-se um processo iterativo entre desenho e análise, em que se pode verificar efeitos de hipóteses de projeto. Ao final do trabalho foram apresentados estudos exploratórios realizados a partir de dados empíricos, que permitiram aprofundar questões de representação e visualização. A pesquisa mostrou que a ideia de abordar a teoria de Alexander sob uma perspectiva de redes multicamadas apresenta potencial para aplicações em desenho urbano, principalmente por aumentar a capacidade de compreensão do todo e do papel das partes, bem como por possibilitar a descrição de múltiplas dimensões do desenho urbano.