Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Gallardo, Vanessa Baldin |
Orientador(a): |
Turkienicz, Benamy |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/127781
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Resumo: |
O uso da tecnologia e a globalização são fatores que moldaram a geração de estudantes do século XXI, levando-os a serem mais integrados socialmente e estimulando-os a tomarem decisões de forma colaborativa. Tais características têm sido apontadas em prospecções e debates sobre os espaços de aprendizagem do futuro em diversos países, levando ao surgimento de questões relacionadas às mudanças educacionais e materiais a serem realizadas para acompanhar esta geração. Apesar disso, o espaço de ensino e aprendizagem das escolas de hoje ainda é baseado em modelos tradicionais de ensino. Escolas tradicionais foram concebidas a partir de pedagogias focadas na transmissão verticalizada do conteúdo, enquanto pedagogias emergentes empregam a investigação, experimentação, colaboração e atividades multidisciplinares nos processos de aprendizagem. Países europeus têm investido no redesenho de espaços de escolas tradicionais para apoiar abordagens pedagógicas inovadoras. No Brasil, o discurso pedagógico defendido pelas diretrizes educacionais preconiza que o conhecimento deve ser construído pela ação do aluno e pela interação social. Paradoxalmente, as salas de aula das escolas brasileiras, mesmo as escolas construídas para atender abordagens inovadoras, não estimulam a interação entre os alunos. Nas escolas brasileiras, o pátio escolar parece constituir o único espaço que potencializa a atitude autônoma e espontânea dos estudantes. O principal óbice para esta utilização parece se concentrar na falta de controle pedagógico dada a ausência de barreiras físicas e dimensões do pátio. Este estudo sugere que, através de intervenções físicas de baixo custo, o pátio escolar pode ser utilizado para a transmissão de conteúdos curriculares do ensino fundamental, propiciando a interatividade e comunicação entre os alunos sem perda de controle pedagógico. Para demonstrar este potencial, realizou-se um experimento com alunos de 13 e 14 anos, envolvendo a utilização de objetos manipuláveis vinculados a conteúdos curriculares. O experimento consistiu na transformação do playground do pátio de uma escola de ensino fundamental em contexto de aprendizagem a partir da construção de duas intervenções, nas quais brinquedos do playground foram utilizados como componentes. A utilização dos objetos e do espaço do pátio pelos alunos foi registrada através da observação das relações estabelecidas entre professores e alunos no espaço do pátio; das formas de distribuição e agrupamento espontâneo e das atitudes autônomas e interativas entre os alunos. Os dados coletados foram analisados em diagramas representando a ocupação do pátio durante os experimentos e comparados à ocupação de uma sala de aula padrão para o mesmo número de alunos, um grupo de 35 estudantes. Verificou-se que os alunos concentraram-se mais próximos à intervenção do que seria possível na sala de aula. Foi criada uma hierarquia implícita na relação entre professor e alunos em que, no pátio, o posicionamento do professor não se diferenciou espacialmente do posicionamento dos alunos, dando ao professor liberdade para trocar constantemente de posição e interagir com os alunos. Foi possível concluir que os experimentos polarizaram a distribuição dos alunos no espaço do pátio, que não houve perda do controle pedagógico e que a concentração dos alunos ao redor das intervenções não dependeu da delimitação espacial geralmente obtida através de paredes da sala de aula convencional. |