A cultura do medo no cotidiano da escola : afetos, acolhimentos, violências, sofrimentos, como manifestações de um querer-viver societal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Josivaldo Constantino dos
Orientador(a): Dorneles, Malvina do Amaral
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/94623
Resumo: A especificidade desta investigação é a compreensão das violências no ambiente escolar como promotoras de medo e insegurança entre os professores, tornando a escola um espaço permeado pela cultura do medo. O foco do olhar do pesquisador são as violências na escola, entendidas como violências praticadas pelos alunos. A investigação foi realizada no Centro de Educação de Jovens e Adultos “Benedito Sant’Ana da Silva Freire” – CEJA, em Sinop, Mato Grosso, a partir de novembro de 2011 e no decorrer do ano de 2012. Os sujeitos da investigação foram oito alunos do Ensino Fundamental, tidos pela escola como alunos violentos, nove professores em sala de aula e na gestão, bem como doze familiares de todos os alunos envolvidos. A abordagem metodológica da pesquisa trilha por caminhos fenomenológicos, pautados pela abdicação de quaisquer tipos de julgamentos a priori e a posteriori, tanto dos sujeitos como de suas ações. Procura-se exercitar a “mostração” do fenômeno tal como ele é e tal como se apresenta. Para tal, Oficinas de Literatura de Cordel foram procedimentos de aproximação através das produções dos alunos em versos rimados sobre suas vidas e sua escola. O sociólogo francês Michel Maffesoli e a sua Sociologia da Compreensão dão suporte teórico a este estudo, sendo a violência entendida como integrante da dinâmica social, como um misto de criação e destruição presentes nas variadas formas de se expressar as paixões. Os três aspectos da violência apontados por Maffesoli, a violência dos poderes instituídos, a violência anômica, a violência banal, foram as bases de análise ao observado e vivido no percurso da pesquisa, no que se refere aos sujeitos (alunos) desta investigação, enquanto protagonistas e vítimas das violências. Fica evidente no estudo; (1) a cultura do medo presente na escola; (2) a divergência entre os docentes do que seja ou não violência; (3) os alunos rotulados de violentos que não se veem como tais; (4) a profunda identificação dos jovens com suas tribos; (5) as violências como resultados de afetos partilhados em comum; (6) a astúcia dos jovens para driblar as instituições normativas; (7) a fragilidade das famílias em relação às tribos juvenis; (8) O Centro de Educação de Jovens e Adultos “Benedito Sant’Ana Freire como uma escola que apesar das adversidades é uma escola acolhedora e inclusiva.