Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Santos, Ângela Cristine Scaramuzza dos |
Orientador(a): |
Sommer, Margot Guerra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263289
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Resumo: |
Análises anatômicas em lenhos fósseis de coníferas, integradas a análises geoquímicas em fácies sedimentares a eles associadas, foram desenvolvidas tendo como objetivos principais interpretações paleobiogeográficas, paleoclimáticas e paleoambientais no intervalo Aptiano em duas bacias do nordeste brasileiro. O morfotaxon Agathoxylon santanensis nov. sp., procedente do Membro Crato (Crato Lagerstätte) da Formação Santana, (Bacia do Araripe), definido a partir de padrões de xilema, apresenta características anatômicas no floema e padrões morfológicos de uma folha organicamente conectada, que indicam afinidade com a família Araucariacea. A presença de Agathoxylon Hartig com afinidade araucariana no Cinturão Climático Equatorial Quente e Árido, considerando outros registros previamente documentados nos cinturões contemporâneos subtropical e temperado, indica que a ocorrência dessas coníferas não era climaticamente controlada durante o Aptiano. As assinaturas de padrões de crescimento no lenho indicaram zonas de interrupção causadas por estresse hídrico, implicando em períodos intermitentes de seca sob um clima megatérmico. O processo de preservação identificado como geleificação no lenho proveniente da Formação Maceió (Bacia de Sergipe-Alagoas), apesar de gerar alterações na arquitetura celular em alguns tecidos, preservou também tecidos não comprimidos que permitiram a caracterização anatômica diagnóstica da família Pinaceae. O primeiro registro de Pinaceae na Bacia Sergipe –Alagoas, respaldado pela presença de grãos de pólen de tipo Cedripites em sedimentos associados, traz implicações palebiogeográficas relacionadas à fase de ruptura do Gondwana no Cretáceo. Os resultados permitiram inferir que as Pinaceae teriam provavelmente se irradiado a partir de massas de terra do sul da Província de Laurásia (atual Península Ibérica) para o norte da Província Gondwana, estabelecendo-se em massas de terra norte - africanas durante o Eocretáceo, tornando-se componentes comuns nas províncias florísticas terrestres do Norte do Gondwana durante o Aptiano e registradas atualmente em bacias sedimentares do Norte da África e nordeste do Brasil. A composição da matéria orgânica particulada em sedimentos associados, caracterizada pela dominância de fitoclastos e cutículas, e a baixa contribuição de esporomorfos terrestres, além da ausência de microplâncton aquático, sugere deposição em fácies distais de canal em um complexo fluviodeltaico, dentro de amplo sistema turbidítico. A identificação de perileno no lenho e também como elemento disperso em sedimentos associados ratifica a associação entre este biomarcador químico e a atividade de fungos degradadores de lenho. Evidências de padrões de decomposição do xilema mostram que coníferas afins a Araucariaceae e Pinaceae foram hospedeiras disponíveis para interações lenho- Basidiomycota sob condições climáticas quentes e áridas na faixa equatorial durante o Aptiano, provavelmente em processos patogênicos e saprofíticos. A identificação da interação planta-fungo implica em algumas forças ambientais, representadas por janelas de oportunidade que impulsionaram a regulação da disponibilidade hídrica em ambientes aeróbios, sob condições gerais de baixa umidade e alta temperatura. |