História natural dos sintomas de asma na infância : fenótipos de sibilância nos 11 primeiros anos de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Stein, Renato Tetelbom
Orientador(a): Silva, Fernando Antonio de Abreu e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197825
Resumo: Uma série de trabalhos recentes indicam que sibilância durante a infância seja uma condição heterogênea, e que diferentes formas de sibilância podem estar associadas a diferentes fatores de risco e prognóstico. Nestes 2 estudos aqui relatados, realizamos testes de labilidade das vias aéreas, e medidas de identificação de atopia, bem como testamos sua relação com possíveis fenótipos de sibilância durante a infância. Na pesquisa 1 foi estudada uma coorte de crianças seguidas desde o nascimento até a idade de 11 anos, quando foram testadas a variabilidade de pico de fluxo expiratório e a resposta ao desafio com metacolina, as quais foram comparadas à história de sibilância antes dos 3 anos, aos 6 e 11 anos de idade. Também se mediu IgE sérico total e responsividade a alergenos. Neste estudo se observou que crianças sibilando somente abaixo dos 3 anos, e não após, não apresentavam variabilidade de pico de fluxo expiratório ou hiper-responsividade à metacolina. Crianças sibilando aos 6 e 11 anos de idade apresentavam resposta positiva em ambos os testes. Variabilidade de pico de fluxo expi ratório , porém, estava associada a sibilância aos 6 anos de idade, mas não aos 11 anos em crianças não atópicas. Hiper-responsividade à metacolina foi mais frequentemente observada em meninos, e era significativamente associada a IgE aos 6 e 11 anos de idade, e com testes cutâneos alérgicos positivos. Variabilidade do pico de fluxo expiratório não estava associada a sexo ou a marcadores de atopia. Na pesquisa 2, em um sub-grupo da mesma coorte se estudou esta relação entre os fenótipos de sibilância e os níveis de IgE sérico, desde os 9 meses até os 11 anos de idade. Neste estudo se levou também em conta o tempo de sensibilização cutânea a alergenos comuns (aos 6 anos: precoce; aos 11 anos: tardia). Para análise destes dados longitudinais se utilizou um método estatístico chamado modelo de efeitos ao acaso ("random effects model") para estudo dessas complexas interações. o principal achado deste estudo é de que os níveis séricos de IgE seguem um mesmo padrão com a idade, para os diferentes fenótipos de asma. Crianças com níveis elevados de IgE aos 9 meses de idade, continuavam com níveis elevados aos 6 e 11 anos. Sibilância persistente e sensibilização precoce estavam associadas a níveis elevados de IgE em todas as épocas. Os meninos apresentavam níveis elevados de IgE desde os 9 meses de idade, independente do fenótipo de sibilância, com exceção do grupo que sibilava somente abaixo dos 3 anos de idade. Somente as meninas que sibilavam persistentemente e haviam sido sensibilizadas precocemente tinham altos níveis de IgE desde cedo. Com os achados deste estudo pode-se concluir que existem ao menos 3 fenótipos de sibilância durante a infância: "sibilantes transitórios precoces", limitados aos 3 primeiros anos de vida, e não relacionados a labilidade das vias aéreas ou a atopia; "sibilantes não atópicos", que abrange até a idade pré-escolar e associada a variabilidade de pico de fluxo expiratório, mas não à hiper-responsividade à metacolina; e "asmalsibilância associada a IgE", que apresenta sibilância persistente, hiper-responsividade à metacolina, e a marcadores de atopia. Mais ainda, crianças que são sibilantes persistentes e são sensibilizados precocemente apresentam os níveis mais elevados de IgE, comparados aos outros fenótipos.