Uso profilático da ventilação não invasiva no pós-operatório de cirurgia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Adorna, Elisa da Luz
Orientador(a): Di Naso, Fábio Cangeri
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196647
Resumo: A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo progressivo de gordura que ultrapassa os limites estruturais dos tecidos, alterando sistemas, órgãos e metabolismo. Algumas das alterações observadas são a redução da capacidade pulmonar e alterações nas vias aéreas. A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) pode permitir o recrutamento alveolar durante a inspiração, prevenir o colapso alveolar expiratório e diminuir as complicações pós-operatórias da síndrome restritiva pulmonar associada à obesidade. Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos da utilização da VMNI imediata em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, principalmente sobre a função pulmonar e recuperação funcional dos pacientes, bem como sua segurança. Foi realizado um estudo randomizado com pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia bariátrica realizada no HCPA. O grupo intervenção utilizou VMNI por 1 hora após a chegada à Sala de Recuperação Pós-anestésica (SR), o grupo controle recebeu cuidados padrão. Dados clínicos, antropométricos e de funcionalidade foram coletados no pré-operatório, a espirometria foi realizada no pré-operatório, na chegada a SR e 1 hora após a chegada na SR. Foram avaliadas as seguintes variáveis espirométricas: volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), capacidade vital forçada (CVF), índice de coeficiente expiratório forçado do primeiro segundo (VEF1/CVF) e pico de fluxo expiratório (PFE). O aparelho utilizado foi o Espirômetro Datospir Micro (Sibel, Espanha). Para a análise estatística foram utilizados o Teste ANOVA para a distribuição das variáveis numéricas, Teste t para amostras independentes para dados, Teste U de Mann-Whitney para os não paramétricos, Teste qui-quadrado para as variáveis categóricas, o método de Equações de Estimações Generalizadas (GEE) foi usado para comparar as médias das variáveis entre grupos, tempo e interação, o teste post-hoc Bonferroni foi utilizado quando as médias foram significativas, foi considerado significativo o p<0.05. Foram avaliados 47 indivíduos, dos quais 31 conseguiram realizar a espirometria no pré e pós-operatório imediato e incluídos no estudo. A amostra foi composta por 25 mulheres (80%), média de idade 42,55±10,39 anos e Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 50,82±10,20. Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação aos dados clínicos, antropométricos, funcionalidade, sinais vitais e de evolução. As 9 variáveis espirométricas CVF, VEF1 e PFE apresentaram redução significativa após a cirurgia, mas sem diferença significativa entre os grupos. Não foram registradas complicações relacionadas ao uso da VMNI. Concluiu-se que a VMNI é um método seguro para pacientes pós-cirurgia bariátrica e pode ser usado preventivamente naqueles com risco de complicações respiratórias. No entanto, a utilização da VMNI profilática não apresentou melhora sobre a função pulmonar no período pós-operatório imediato.