Solipsismo, solidão e finitude : algumas lições de Strawson, Wittgenstein e Cavell sobre metafísica e método filosófico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Techio, Jônadas
Orientador(a): Faria, Paulo Francisco Estrella
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/21578
Resumo: O presente estudo é constituído de cinco ensaios relativamente autossuficientes, mas redigidos tendo em vista um objetivo comum, que será perseguido por várias vias—a saber, a exploração de um núcleo de problemas filosóficos relacionados com a possibilidade, e com a própria inteligibilidade, do solipsismo. Os resultados obtidos nesses ensaios, assim como os caminhos que levam a eles, pretendem servir como exemplos para a extração de lições mais gerais sobre o método filosófico, e sobre a própria natureza humana. O procedimento adotado para esse fim consiste na leitura de um conjunto de escritos de filósofos contemporâneos que refletiram profundamente sobre o solipsismo— sobretudo Peter Strawson, Ludwig Wittgenstein, e Stanley Cavell. A tese central à qual procuro fornecer suporte por meio dessas leituras é que o solipsismo é uma resposta intelectualizada, e radical, a um conjunto de dificuldades práticas ou existenciais relacionadas com a finitude da condição humana. (Essas mesmas dificuldades originam respostas menos radicais, que são manifestas por meio de outras “posições filosóficas”— ou, pelo menos, é isso que tentarei mostrar.) Estar sujeito a essas dificuldades implica estar permanentemente sujeito à ameaça da solidão, da privacidade e da perda de sintonia em relação ao mundo e aos demais sujeitos. Reconhecer e levar a sério a possibilidade dessa ameaça implica reconhecer que somos, individual e imprevisivelmente, responsáveis por superá-la (um ponto que é notado, mas superestimado, pelo cético, que interpreta nossos limites como limitações), bem como reconhecer a força da tentação (demasiado humana) de tentar reprimi-la (como faz o dogmático/realista metafísico) ou sublimá-la (como faz o idealista/solipsista). Buscar uma filosofia aberta ao reconhecimento de que nossa experiência é essencialmente limitada e condicionada—em especial, pelo fato de que temos corpos, e com eles vontades, desejos, temores, fixações e sentimentos que não escolhemos, e que informam nossa racionalidade e moldam nossas atitudes em relação ao mundo e aos demais sujeitos—é parte da tarefa contínua de aceitação de nossa finitude, em direção à qual o presente estudo pretende ter dado os primeiros passos.