A dimensão do atlântico sul para Brasil e África do Sul (1415-2015) : uma contribuição para o estudo de um espaço estratégico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Otavio, Anselmo
Orientador(a): Vizentini, Paulo Gilberto Fagundes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/178570
Resumo: A colonização de Brasil e África do Sul por países diferentes acabou por afetar na dimensão do Atlântico Sul para ambos. De fato, enquanto Portugal aproximou seus territórios africanos ao brasileiro via compra e venda de mão de obra escrava, transformando o Atlântico Sul como elo entre tais territórios; Holanda e, posteriormente, Inglaterra, enquadraram o território sul-africano a uma dinâmica afro-asiática, mantendo esta colônia voltada ao Oceano Índico. Posteriormente, já durante a Guerra Fria tal distanciamento se transformou em opção por tais países. Em defesa do regime apartheid, a África do Sul desejava enquadrar o Atlântico Sul no conflito Leste-Oeste via criação da Organização do Tratado do Atlântico Sul. Já o Brasil buscava manter a região desmilitarizada, defendendo a criação da chamada Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul. Ainda que as transformações ocorridas nos anos 1990 indicassem a possibilidade de maior alinhamento acerca da importância do Atlântico Sul, o que predominou foram três momentos diferentes. O primeiro ocorreu durante as administrações Cardoso e Mandela, quando a desvalorização da bacia sul-atlântica foi preponderante para Brasil e África do Sul. Ao longo dos governos Lula e Mbeki houve a maior integração entre Brasília e Pretoria, e, consequentemente, maior similaridade com relação ao Atlântico Sul. Já nas administrações Rousseff e Zuma, o impasse envolvendo o Atlântico Sul passou a ser a tônica na interação entre Brasil e África do Sul Diante disso, o seguinte questionamento torna-se pertinente: por que, mesmo havendo a intensificação nas relações entre Brasil e África do Sul no Pós-Guerra Fria, o interesse pelo Atlântico Sul ainda se mantém descompassado quando comparado às visões brasileira e sul-africana? É pautado nos métodos analítico e indutivo de análise, em vasta revisão da literatura e na estruturação desta tese em duas partes contendo, respectivamente, dois e três capítulos, que se busca responder tal questionamento defendendo a hipótese de que o descompasso entre Brasil e África do Sul com relação ao Atlântico Sul ocorre, principalmente, no âmbito político-economico, visto que as distintas dinâmicas colonizadoras impostas aos países, bem como a adoção de determinadas políticas externas, levaram a interação Brasil, África do Sul e Atlântico Sul ser marcada pelo distanciamento. No entanto, diferentemente disso, as escolhas realizadas a partir das administrações Lula e Mbeki no âmbito securitário, demonstram certa continuidade no interesse de ambos em ser cada vez mais atuante no Atlântico Sul.