A resiliência enquanto experiência de dignidade : antropologia das práticas políticas em um cotidiano de lutas e contestações junto a moradoras ameaçadas de remoção nas cidades sede da Copa do Mundo 2014 (Porto Alegre, RS e Rio de Janeiro, RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gutterres, Anelise dos Santos
Orientador(a): Eckert, Cornelia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/114459
Resumo: A ameaça de remoção feita pelos governos municipais as moradoras de comunidades, vilas ou favelas é uma das marcas da habitação de famílias e sujeitos nesses locais. As narrativas sobre o cotidiano nesses territórios parecem ser tecidas cuidadosamente sob o signo da resiliência, que não raro é sintetizado na categoria luta, que nesse caso expressa a experiência de viver na comunidade, e que vincula, casa, corpo, diferentes relações sociais. A partir de alguns relatos elaborados nessa condição de resiliência, conhecemos outras marcas intrínsecas a trajetória dessas mulheres e como elas chegam e vivem nesses territórios, em meio a confrontos armados, coação feita por funcionários da prefeitura, e diversas outras violências. Sacrifícios e sofrimentos que compõem os seus argumentos mais profundos de permanência naquele espaço, já que nenhuma delas gostaria de ser removida dali. Nos aproximamos dessas mulheres através do percurso de uma pesquisa de campo realizada em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, em meio a uma rede de contestação às obras dos megaeventos no Brasil– Copa do Mundo e Olimpíadas – que se fortalece a partir de 2010 quando as obras preparatórias se iniciam nas cidades sede. As contestações que aparecem nos relatos remontam a um esgotamento político profundo e a um fosso generoso entre algumas conquistas sociais conquistadas desde 1988 e sua efetivação. A moradoras diante desse cenário são compreendidas através de uma cidadania insurgente que tem, no exercício efetivo da luta, a resiliência como uma prática política que lhe garante a dignidade.