O verdadeiro baluarte da universidade é o professorado! Mulheres professoras universitárias no Equador : discursividade professoral, identidades profissionais e trajetórias docentes no campo científico

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Clavijo Loor, María Alexandra
• Orientador(a): Leite, Denise Balarine Cavalheiro
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Ensino superior; Iniciação científica; Mulher; Docência; Equador
• Palavras-chave em Inglês: Academic women; Ecuador; Discourse analysis; University scientific field; Higher education
• Palavras-chave em Espanhol: Mujeres académicas; Ecuador; Análisis del discurso; Campo científico universitario; Educación superior
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188279

A presente pesquisa tem por escopo conhecer as condições de produção discursiva do campo científico relacionadas à constituição de identidades profissionais das mulheres professoras universitárias do Equador através das trajetórias docentes recuperadas e interpretadas a partir dos sentidos das formações discursivas em que se inscrevem os sujeitos da pesquisa que atuam em diferentes áreas do conhecimento. A base teórica se fundamenta nos conceitos centrais da análise de discurso (AD) Pecheuxtiana: discurso, sujeito, história, língua, sentido e ideologia; e conceitos provenientes da teoria Bourdesiana: campo científico, metacampo de poder, capital cultural e capital social, habitus científico e dominação masculina. A metodologia desenvolvida se baseou numa abordagem qualitativa, seguindo as fases da pesquisa qualitativa: exploração de campo, trabalho de campo e análise e interpretação do material empírico. Na fase exploratória, foram realizadas entrevistas e um formulário digital para o levantamento de dados; após, foram realizadas 17 entrevistas em profundidade a mulheres professoras universitárias de 10 áreas do conhecimento (classificação CINE da UNESCO) das 15 universidades registradas no CES com matriz em Quito, capital do Equador. A recolha da informação foi acompanhada por observação participante, registrando os acontecimentos e ambientes dos locais de trabalho no momento das entrevistas. A análise e interpretação dos dados ocorreu com o apoio do quadro teórico da AD desde sua interface com contribuições de Bourdieu, exterioridade teórica à Análise de Discurso. Entre os resultados, cabe destacar: a universidade equatoriana sendo uma das mais antigas da região, ainda não consegue se estabelecer com um modelo que responda a uma identidade próprialk; a política pública do trabalho docente na universidade tem evoluído ao ritmo de campos externos ao campo científico universitário; o capital social e o capital cultural se apresentam de maneira muito marcada nos inícios da carreira da profissão docente na universidade; as funções “burocráticas” desenvolvidas ao longo das trajetórias da profissão docente das mulheres professoras respondem a um conceito de docente tecnocrata, que se ocupa, de forma preponderante, com docência e gestão (no sentido de trabalho administrativo); quanto as crises se encontraram três formas principais: crise profissional da docência universitária, crise institucional da universidade e o seu modelo, e crise externa como uma heteronomia do metacampo de poder; foram encontradas relações de (des)igualdade no campo científico universitário, nos usos do tempo, nas relações familiares e sociais, na evidência do teto de vidro nos cargos diretivos e em funções designadas com base em gênero. As considerações finais apontam para o fato de que se apresentam: diferenças de trajetória em relação às áreas do conhecimento às quais pertecem as professoras, da desproblematização da desigualdade de gênero e da construção e encaramento do objeto; no que se refere às fuções, a função pesquisa, a mais prestigiosa no campo científico, é ainda um desafio a ser vencido. As crises profissionais e institucionais são afetadas por uma crise externa identificada como heteronomia do metacampo de poder. Geralmente elas estão associadas com a avaliação, a regulação e o controle das instituições estatais, a obrigação de obter o diploma de doutorado, a identidade do modelo universitário diante de políticas colonizantes que têm efeitos e assumem forma de assédio acadêmico; além da evidente discriminação, as crises confluem na complicação da configuração e do fortalecimento do professorado.