Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Grace Schenatto |
Orientador(a): |
Izquierdo, Ivan Antonio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/282352
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Resumo: |
A memória pode ser definida como o armazenamento e a evocação de uma informação aprendida. Existem diferentes tipos de memória que são por sua vez armazenadas em diferentes regiões cerebrais. É possível acessar estas memórias em animais utilizando diferentes paradigmas comportamentais. O processamento da memória requer a ativação de diversos sistemas para que a informação adquirida seja consolidada. Além disso, os estudos sobre aprendizagem e memória objetivam estabelecer ligações entre o comportamento animal, os circuitos envolvidos, os mecanismos fisiológicos ativados e os processos moleculares que suportam estes mecanismos, bem como as regiões cerebrais recrutadas no processamento da memória. O córtex cingulado posterior (CCP) ocupa uma posição estratégica no circuito de Papez do processamento da emoção e medeia sinais entre a formação hipocampal e o neocórtex associativo. Estudos prévios demonstraram que a consolidação da memória no CCP, na tarefa de esquiva inibitória, é sensível ao sistema adenosinérgico. De fato, a adenosina é um potente neuromodulador que exerce suas ações através de receptores específicos com ações excitatórias (A2A e A28) ou inibitórias (A1 e A3). Diversos estudos têm demonstrado o papel da adenosina em diferentes situações fisiológicas, tais como memória. No entanto, estes estudos são limitados a algumas tarefas comportamentais e regiões cerebrais. No capítulo 1, estudamos o efeito de agonistas e antagonistas de ambos receptores A1 e A2A, infundidos no CCP, na evocação da memória de longa duração na tarefa de esquiva inibitória. Nossos resultados demonstraram que a ativação dos receptores A1 e A2A, antes da evocação, tem efeito amnésico. Além disso, ambos agiram nos seus respectivos receptores, possivelmente recrutando vias de sinalização diferentes, demonstrando que as vias bioquímicas corticais envolvidas na consolidação e na evocação da memória não são idênticas. No capítulo 2, verificamos que o antagonista de receptores A1, DPCPX, prejudicou a habituação ao novo ambiente, sendo este efeito oposto ao encontrado na esquiva inibitória, onde o DPCPX melhorou a consolidação da memória. Isto sugere que memórias associativas e não associativas recrutam mecanismos diferentes para sua formação. No capítulo 3, investigamos de que forma a cafeína, antagonista adenosinérgico não-seletivo, agiria na evocação da memória nas tarefas de esquiva inibitória e labirinto aquático de Morris. Muitos dos efeitos da cafeína devem-se principalmente ao fato dela, ao agir nos receptores A2A, modular a função motora do sistema dopaminérgico. Sendo assim, escolhemos o haloperidol, antipsicótico típico que age como antagonista dos receptores D2, para estudar os efeitos da interação entre receptores adenosinérgicos e dopaminérgicos. Além disso, a utilização deste neuroléptico deve-se também ao fato do haloperidol possuir efeitos sedativos e prejuízos cognitivos. A cafeína foi capaz de reverter o efeito amnésico induzido pelo haloperidol, na evocação da memória para a tarefa de esquiva inibitória. Quanto à atividade locomotora, medida no campo aberto, a cafeína reverteu o efeito sedativo do haloperidol, sendo que esta reversão não ocorreu, quando a tarefa utilizada foi o labirinto aquático de Morris que mede memória espacial. Além disso, a cafeína, na dose de 1 mg/Kg, interferiu nos níveis de ansiedade medida no labirinto em cruz elevado, sendo que este efeito ansiolítico foi revertido pela co-administração do haloperidol. Os resultados desta tese, em conjunto, sugerem que a funcionalidade do sistema adenosinérgico, em nível de sistema nervoso central, é necessária para que os processos de consolidação e evocação da memória sejam realizados em diferentes paradigmas comportamentais. |