Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1995 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Rosa Maria Hessel |
Orientador(a): |
Bordas, Merion Campos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/179404
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Resumo: |
O primeiro capítulo apresenta-se dividido em duas seções. A primeira traz uma retrospectiva de estudos sobre o tema linguagem/discurso em sala de aula, em que são expostas contribuições de Stubbs, Barnes, Cazden, Edwards & Mercer, Pedro - plano internacional - e, quanto ao âmbito brasileiro, Orlandi, Smolka, Kleiman e Pey. Constata-se uma copiosa produção sobre o tema na literatura internacional, enquanto a produção brasileira é bem mais modesta e pouco diversificada, salientando-se nela a influência da concepção de Orlandi do discurso pedagógico como discurso autoritário. A segunda seção deste capítulo discute os conceitos teóricos em que se baseia o trabalho: a noção de discurso como processo de produção de sentidos em dada formação discurs.iva, sob condições de produção específica e sob a forte marca da presença virtual do OUTRO, e a visão de sujeito, não como fonte única de intenções e sentidos, mas como suporte de várias vozes (posições ideológicas) que se manifestam na sua prática discursiva. Assim, todo discurso seria polifônico por natureza, apesar da ilusão discursiva de um sujeito enuncíador único. É discutida, ainda, nesta seção, a relação entre heterogeneidade constiitutiva e heterogeneidade mostrada no mesmo, caso em que se faz a representaçã1 o dessa multiplicidade de vozes; para este último caso, são explicitados os mecanismos de citação, imitação, ironia, pressuposição e o fenômeno de autonimia-menção ao próprio discurso. A fundamentação teórica destes conceitos foi buscada, primordialmente, em Bakhtin, Ducrot, Authier-Revuz e Maingueneau.O segundo capítulo apresenta a base empírica utilizada para análise da polifonia no discurso de sala de aula. Serviram de fonte de análise 5 seqüências de aulas de 6a. a 8a. Série do 1. Grau, das disciplinas de Geografia, História, Ciências e Moral e Cívica, ministradas na rede pública de ensino da região metropolitana de Porto Alegre - RS. As seqüências, constituídas de 3 a 7 aulas cada uma, foram gravadas em vídeo e áudio, e posteriormente t ranscritas; o material escrito utilizado nas aulas também foi examinado. Uma análise preliminar dos dados permitiu: 1- a postulação da existência, em todas as aulas, de duas vozes principais: a voz do conhecimento e a voz normativa; 2- o reconhecimento de uma corrente principal do discurso como definidora do evento "aula"; 3- a identificação de suportes de locução das vozes existentes: fala do professor, fala do aluno, quadro-negro, textos escritos e outros tipos de "documentos" gráficos. Também no segundo capítulo são relatadas em detalhes análises diferenciadas de cada seqüência quanto a características das duas vozes (do conhecimento/normativa), aparecimento de outras vozes constitutivas, ocorrência de fenômenos da heterogeneidade mostrada e de autônima e, por final, representação discursiva do locutor (professor), alocutários (alunos) e referente (conteúdo) O terceiro e último capítulo apresenta uma discussão dos dados dentro do quadro teórico proposto. Conclui-se que, apesar do predomínio das vozes "oficiais", que são a voz do conhecimento e a voz normativa, outras vozes emergem, ora trazidas, ora aceitas pelo professor que, pelas condições de produção do discurso, domina a corrente principal do discurso. As vozes do conhecimento e normativa são analisadas em várias dimensões. Conclui-se que é precipitada uma definição do discurso pedagógico como monofônico e fonte única de poder na sala de aula. |