Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Bavaresco, Caroline |
Orientador(a): |
Caumo, Wolnei |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/219369
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Resumo: |
Introdução: A avaliação da dor é uma etapa fundamental no processo de cuidado e de tratamento no perioperatório. Embora a dor como quinto sinal vital tenha sido um marco no tratamento da dor aguda, seu impacto nos resultados carece de mais dados. O propósito, neste processo de cuidado, visa avaliar se a sistematização da mensuração da dor pós-operatória em unidades cirúrgicas, como um sinal vital, se relaciona com o impacto na medida da dor em movimento, em equivalência a um indicador do efeito na funcionalidade. Objetivos: Identificar preditores para a dor aguda pós-operatória ao movimento no curso das primeiras 48 h após a cirurgia, num modelo hierárquico, cujos agrupamento das variáveis em cada estrato obedeceu à plausibilidade biológica, sequência temporal no curso de peroperatório e diferenças estatísticas da análise univariada. Dentre os fatores constam dados sociodemográficos, estado clínico, história de dor pré-operatória, dados anestésico cirúrgicos, estresse emocional e a relação entre as doses de medicações analgésicas prescritas e administradas. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo que incluiu pacientes internados submetidos a cirurgias eletivas ginecológicas, coloproctológica, urológica, cardíaca, vascular, gástrica, torácica e ortopédica. Os dados foram coletados em quatro momentos distintos: um dia antes da cirurgia eletiva, no período pré-operatório; nas 12, 24 e 48 horas após a cirurgia. Foram utilizados instrumentos para avaliar o estresse emocional pré-operatório, os níveis de dor ao repouso e movimento, o pensamento catastrófico sobre dor, os sintomas depressivos, nível de sensibilização central, ansiedade e a qualidade do sono. Também foram avaliados o uso de analgésicos, ansiolíticos e doses analgésicas, a técnica anestésica, os escores de impressão global do estado do paciente, os níveis de dor ao repouso e movimento, e o quanto a dor interfere no sono, no humor e na capacidade de se movimentar, e, também, no autocuidado. Foram incluídos 233 pacientes alfabetizados, internados, com idade a partir de 18 anos, submetidos a cirurgias ortopédica, ginecológica, proctológica, urológica, cardíaca, vascular, gastroenterologia e torácica. Todos os pacientes foram submetidos a cirurgias eletivas classificadas como de pequeno, médio ou grande. 7 Resultados: Os resultados da análise através de um modelo ajustado de regressão logística para os dados correlacionados no tempo (GEE) revelaram que a dor aguda pósoperatória apresentou incidência de dor ao movimento variável com o tempo, sendo maior nas primeiras 12 horas pós-operatória (61,35% (IC95% intervalo de confiança 54,35 - 68,02). Os resultados da análise do modelo de regressão logística, tendo como desfecho primário a dor incidental ao movimento nas primeiras 48h pós operatória, revelou como preditores os seguintes fatores: nível de escolaridade; pensamento catastrófico sobre dor; insatisfação com o tratamento. O aumento do delta das doses de analgésicos opioides em doses equivalentes de morfina, prescritos e administrados nas primeiras 12 horas após a cirurgia, também foi associado a maior dor incidental ao movimento. Ou seja, a economia no número de doses administradas, que pode indicar sub tratamento da dor no período pós-operatório imediato aumenta a probabilidade da dor ao movimento. Conclusões: Esses achados identificaram fatores preditivos para a dor evocada pelo movimento pós-operatório. Eles podem ser úteis para projetar intervenções preventivas específicas para aliviar o sofrimento do paciente e melhorar a capacidade funcional. Isso pode ser especialmente verdade porque algumas dessas variáveis são acessíveis para intervenção médica, o que melhoraria os resultados clínicos, enquanto poderia reduzir o custo e o sofrimento dos pacientes em cuidados pós-operatórios. Além disso, este estudo abre possibilidades para uma investigação mais aprofundada sobre o gerenciamento da dor pós-operatória. |