Vitamina D atenua nocicepção e modifica parâmetros de estresse oxidativo em medula espinal de ratos com dor neuropática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Maria do Carmo Quevedo
Orientador(a): Partata, Wania Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257519
Resumo: Atualmente, muitos estudos indicam um papel benéfico de compostos com ação antioxidante no manejo da dor neuropática, a dor devido à lesão no tecido nervoso. A vitamina D possui papel importante na regulação de antioxidantes endógenos. Essa vitamina também parece desempenhar papel importante na dor, pois sua deficiência está associada a condições dolorosas. Todavia, desconhece-se a relação entre analgesia induzida por vitamina D e marcadores de estresse oxidativo no tecido nervoso em condição de dor. Assim, este estudo avaliou os efeitos temporais da administração oral de vitamina D3 (Vit. D3), a forma ativa da vitamina D, sobre limiar mecânico e térmico, como medidas nociceptivas; índice funcional do nervo isquiático (IFI), como indicador de recuperação funcional desse nervo; e parâmetros de estresse oxidativo em nervo isquiático lesionado e segmento lombossacral da medula espinal em ratos adultos com constrição crônica no nervo isquiático (CCI, do inglês chronic cronstriction injury), um modelo de dor neuropática amplamente usado na literatura. A administração da vitamina foi por gavage, na dose de 500 unidades internacionais/kg/dia durante 7 e 28 dias, tendo início 24 h após a CCI. Como veículo foi usado azeite de oliva. A Vit. D3 atenuou a redução nos limiares mecânico e térmico e IFI, os quais foram diminuídos pela CCI. Paralelamente, a Vit. D3 preveniu o acréscimo significativo na concentração de hidroperóxidos lipídicos em nervo isquiático lesionado, o qual foi induzido pela CCI. Nesse nervo não foram observadas alterações estatisticamente significativas na capacidade antioxidante total (TAC, do inglês total antioxidant capacity), independente do tratamento recebido pelo rato CCI. Na medula espinal, a Vit. D3 não preveniu o aumento significativo na geração de ânion superóxido (SAG, do inglês superoxide anion generation) e nos valores de peróxido de hidrogênio (H2O2) induzidos pela CCI somente aos 7 dias após a lesão. Aos 7 dias houve correlação negativa significativa entre valores de limiar mecânico e SAG e H2O2. A Vit. D3 foi capaz de prevenir o acréscimo nos valores de hidroperóxidos lipídicos em medula espinal, mas ela aumentou significativamente a TAC nesse tecido aos 28 dias, esse último efeito observado apenas quando se compararam os valores àqueles obtidos em ratos CCI tratados com veículo por igual período. A vitamina preveniu a queda no conteúdo de tióis totais da medula espinal, tanto aos 7 quanto aos 28 dias. Nos ratos do estudo, não foram encontradas alterações significativas no peso corporal, e nos indicadores de função hepática, como bilirrubina direta, aspartato amino transferase e alanina amino transferase, e de função renal, como creatinina. Assim, os resultados do presente estudo reforçam o efeito antinociceptivo da vitamina D e mostram, pela primeira vez, que alterações em parâmetros de estresse oxidativo na medula espinal contribuem para esse efeito dessa vitamina.