As formas de fazer agricultura e os modos de ser agricultor em municípios da região central do estado do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodriguez, Celia Jaqueline Sanz
Orientador(a): Conterato, Marcelo Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172468
Resumo: Entendida como um processo histórico e relacional, a heterogeneidade social das formas familiares de trabalho e produção na agricultura é abordada nesta tese a partir de uma perspectiva que prima pela análise do universo significativo dos atores da pesquisa. A problematização da política de imigração europeia empreendida no Brasil no século XIX foi o ponto de partida para a definição do recorte empírico. Esta tese responde ao objetivo principal de compreender como se constitui a heterogeneidade social dos coletivos de agricultores nos municípios de Domingos Martins, Santa Teresa e Santa Leopoldina (estado do Espírito Santo) e quais os principais efeitos sociais relacionados ao processo de classificação e distinção social. Para responder a essa pergunta, foram construídos quatro objetivos específicos: o primeiro se refere à compreensão da conformação histórica da região. O segundo objetivo está particularmente relacionado às práticas de agricultura e aos significados socialmente compartilhados. Um terceiro objetivo foi compreender os esquemas nativos de classificação, hierarquização, diferenciação e distinção social. O quarto objetivo centra-se na compreensão dos impactos dos processos de diferenciação que circulam no contexto da pesquisa. A abordagem histórica e a perspectiva etnográfica orientaram as opções metodológicas e as técnicas mais utilizadas foram a pesquisa documental, a observação direta e a aplicação de entrevistas em diferentes fases da pesquisa de campo, que compreendeu períodos nos anos de 2015 e 2016. Como resultado, constatamos que, no contexto da pesquisa, há diferentes formas de fazer agricultura e modos de ser agricultor que relacionam importantes esquemas de produção e apreciação das práticas. Ao utilizar-se desses esquemas, os diferentes coletivos constroem (criam) suas práticas e estratégias num contexto no qual circulam processos de classificação social utilizados para explicar a heterogeneidade e promover distinções. Neste sentido, evidenciam-se dois planos constitutivos da heterogeneidade: um plano que explicita as práticas de agricultura e a agência dos agricultores em definir diversificadas estratégias a partir de esquemas sociais que orientam e dão sentido a suas ações, promovendo a constituição e a reprodução da heterogeneidade socialmente significativa. Num segundo plano de análise, a constituição da heterogeneidade revelou hierarquias e oportunidades desiguais entre os coletivos a partir da naturalização das diferenças dentro de princípios de divisão baseados na origem étnico-racial dos agricultores e no estabelecimento de distanciamento estrutural a partir da retórica da modernização da agricultura.