Padrão de ativação do córtex frontoparietal induzido por estímulo nociceptivo térmico na fibromialgia e controles saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Donadel, Daniela Gabiatti
Orientador(a): Caumo, Wolnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/198976
Resumo: Introdução: A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica complexa e debilitante e relacionada a sensibilização central e alterações de conectividade cortical. O desenvolvimento de técnicas de neuroimagem funcional como a ressonância magnética funcional (fMRI) e a espectroscopia por infravermelho próximo funcional (fNIRS) permitem acessar a resposta do córtex cerebral desencadeada por estímulos periféricos, e assim, compreender, através do método BOLD (blood oxygen level dependent) e medidas indiretas da função neuronal, diferenças de ativação cortical que podem estar presentes em pacientes fibromiálgicas (FM). Estudos demonstram haver correlação entre a intensidade do estímulo algogênico e a magnitude do recrutamento de áreas corticais envolvidas no processamento da dor, incluindo córtex somatossensorial e pré-frontal (PFC). Entretanto, faltam informações sobre a relação da função do córtex motor primário (M1) e PFC e sua relação com achados clínicos da FM. Objetivos: Comparar a intensidade e velocidade da ativação de M1 e PFC entre FM e controles saudáveis e correlacionar o padrão de ativação de FM com achados clínicos de sensibilização central (PCSI) e interferência global da dor crônica nas emoções, atividades diárias e relações interpessoais (P:PCP:S). Métodos: Foram selecionadas 41 mulheres (FM = 19 e Controles = 22) com idade entre 18 e 65 anos. A ativação do córtex pré-frontal e região M1 foi avaliada pelas curvas de oxi-desoxihemoglobina obtidas por fNIRS durante teste com dois estímulos térmicos diferentes (água a 25oC e 5oC). Obtivemos dados do delta (Δ) oxihemoglobina (HbO), Δ-desoxihemoglobina (HHb) e latência de pico. O Δ foi calculado pela diferença do valor de base e após estímulo algogênico (5oC) e a mudança entre dois diferentes estímulos térmicos. Resultados: Houve diferença na ativação cerebral entre fibromiálgicas e saudáveis. Estímulos mais intensos geraram maior ΔHbO em M1 (durante e após o estímulo) e PFC (após o estímulo). O grupo FM teve menor latência para pico no M1 contralateral (Wald’s chi-square (1)=8.53; p=0.003) e o grupo controle apresentou maior ΔHHb bilateralmente em M1 (M1 Esquerdo - Wald’s chi-square (1)=8.54; p=0.003. M1 Direito - Wald’s chi-square (1)=9.49; p=0.002). Entre as FM, a ativação do PFC foi associada a sintomas de sensibilização central (=0.63; p<0.01) e comprometimento global (F=4.78; power = 0.53; p=0.04). A resposta de M1, por sua vez, foi relacionada a comprometimento global (=0.52; p<0.05). Conclusão: A ativação cortical de FM é diferente de voluntárias saudáveis – nesta amostra, o grupo FM teve uma resposta mais rápida e menos evidente. O maior recrutamento cortical decorrente de estímulo algogênico, entretanto, esteve relacionado a piores sintomas clínicos e sugere maior sensibilização central.