Movimento antivacinas : educação e produção de subjetividades no facebook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Casagrande, Angeli do Prado
Orientador(a): Rocha, Cristianne Maria Famer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257328
Resumo: Desde o ano 2020, quando se instaurou no mundo uma pandemia, as vacinas estiveram em foco e tornaram-se tema de debates e disputas acerca da sua validade como medida de mitigação dos efeitos da covid-19, sobretudo no pela necessidade do desenvolvimento de novos imunizantes em tempo recorde. Em um momento histórico em que posições conservadoras vêm ganhando destaque em declarações e medidas administrativas de representantes do poder público, percebi o crescimento das discursividades antivacinas que ganham notoriedade, especialmente, através das redes sociais como o Facebook, que se constituem em um importante terreno de produção de saberes. Esta Dissertação apresenta uma reflexão que coloca em interlocução as mídias digitais/sociais, a comunicação e a saúde, na intenção de evidenciar a existência de redes de sociabilidades interessadas na (e pela) produção, discussão e divulgação de discursos antivacinas nesses novos ambientes culturais. Ao longo da pesquisa busquei descrever práticas discursivas específicas de um grupo presente no Facebook intitulado Vacinas: O Lado Obscuro das Vacinas, focado na propagação de informações antivacinas, dando ênfase ao contexto mais amplo de onde surgem tais especificidades, procurando observar uma tendência cultural de engajamento político relacionado à saúde, a partir de uma reflexão sobre como esses grupos têm se articulado em torno do movimento antivacinas, tão antigo quanto as próprias imunizações, mas que vem se reinventando e adquirindo novos contornos nos dias atuais, através das redes sociais online. O objetivo desse estudo consistiu em analisar a diversidade discursiva difundida através do Facebook entre pessoas que se recusam a vacinar seus filhos ou a receber vacinas, investigando como funcionam os mecanismos e as técnicas de subjetivação, presentes nessa rede social, com vistas a obter adeptos para a causa antivacinas. A partir da seleção dos excertos publicados no grupo, durante o ano de 2021, realizei a análise de tais documentos inspirada em Michel Foucault, a partir das inter-relações dos conceitos de saber, poder e sujeito, descrevendo os discursos que circulam nesse local e como eles operam na constituição de subjetividades, no mundo contemporâneo.