Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Perondi, Cleiva |
Orientador(a): |
Rosa, Kátia Kellem da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/270486
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Resumo: |
Para a península Antártica (PA) e as ilhas Shetlands do Sul há evidências de aumento de temperatura atmosférica maior que a média global desde 1850. O mapeamento das feições de relevo glaciais nessa região polar proporciona informações sobre a resposta das geleiras e os fiordes às mudanças climáticas. Diante disso, o objetivo desta tese é investigar a geomorfologia da Baía do Almirantado (BA) e suas áreas adjacentes, na ilha Rei George (IRG), e reconstruir a sua evolução ao longo do Holoceno e desde as últimas décadas. A tese propõe compreender alguns dos fatores condicionantes para as flutuações das geleiras. A partir da união dos dados batimétricos e modelos digitais de elevação subaéreos foram gerados dados geomorfométricos e perfis topográficos que integraram o fiorde e as áreas adjacentes. O mapeamento geomorfológico foi realizado com a interpretação de dados geomorfométricos, datações, imagens de satélite, trabalho de campo, análises sedimentares e registros sísmicos. Foi realizado o mapeamento das datações preexistentes na IRG. A reconstrução paleoglaciológica do fiorde e áreas livres de gelo envolveu a estimativa das retrações, avanços e da perda de espessura das geleiras. O modelo digital topobatimétrico mostrou contrastes geomorfológicos e topográficos na BA, os quais foram base para a identificação dos setores proximal, medial e distal. O ambiente de sedimentação moderno é caracterizado pela presença de geoformas glaciais que evidenciam a direção de fluxo glacial e regime termo-basal (e.g. pavimentos estriados, eskers, flutings e drumlins) e variações de extensão das geleiras (e.g. bancos morâinicos e cristas morâinicas). A análise granulométrica e morfoscópica das amostras sedimentares indicam características de depósitos morâinicos e de sedimentos que passaram por transporte ativo e de depósitos subglaciais glaciofluviais. O setor proximal, com bancos morâinicos proeminentes e lineações glaciais contrasta com os setores medial e distal, onde são identificados bancos morâinicos extensos. O mapeamento geomorfológico integrado para a BA e adjacências proporcionou avançar na compreensão da continuidade espacial de processos proximais e distais da margem glacial atual como a interpretação de um esker preservado no setor glacimarinho distal da geleira Viéville e que indica um fluxo glacial mais ativo e extenso que o atual. Foram estimadas as variações de espessura e das posições frontais das geleiras: Dobrowolski, Lange, Ecology e Wanda. A deglaciação na Enseada Martel após 3,5 mil anos AP. A reconstrução das variações da geleira Dobrowolski último evento Neoglacial indica: a) um banco morâinico proeminente e a Unidade geomorfológica A registram o momento de estabilização da sua frente na PIG; b) taxas de recuo mais elevadas do que no período anterior caracterizam o estágio I e refletem a resposta à tendência de aquecimento e à perda do ponto de ancoragem da frente glacial; c) o estágio II (Unidade B) é registrado por bancos morâinicos descontínuos e lineações glaciais formadas no contexto de um fluxo de gelo ainda ativo em um ponto mais profundo do fiorde; d) há lineações glaciais e as feições de relevo são menos preservados, revelando uma fase de rápida retração durante o estágio III (Unidade C); e) o estágio IV é caracterizado por bancos morâinicos descontínuos (Unidade D) e pela maior perda anual de área glacial associada à perda de ancoragem em pinnings points e ao aumento do aquecimento atmosférico e oceânico. A evolução do fiorde caracteriza-se por: a) Em 9000 anos AP: uma paleogeleira de descarga possuía a sua frente ancorada na saída da BA, próximo à quebra da plataforma; b) 9000 anos AP até 7000 anos AP: a paleogeleira retraiu até o setor medial do atual fiorde, estabilizou sua frente entre 8000 e 7000 e formou um banco morâinico (BM10); c) 7000 anos AP a 3500 anos AP: o paleofluxo glacial retraiu até a entrada das enseadas Ezcurra, Mackellar e no setor mais profundo da Martel, formando um banco morâinico durante estabilização (BM7); d) 3500 anos AP a 2600 anos AP: o paleofluxo glacial retraiu para o interior das enseadas e houve um avanço e estabilização; e) 2600 a 1200 anos AP: as áreas rasas do fiorde ficaram livres de gelo; f) 1200 anos AP até a PIG (Pequena Idade do Gelo): as geleiras de circo na península Keller ocuparam seu vale na PIG, nas enseadas Ezcurra, Mackellar, nas margens leste e oeste da BA as geleiras ocuparam as reentrâncias próximas à costa; g) posterior ao avanço das geleiras na PIG até meados do século XX, muitas geleiras no fiorde permaneceram em posições semelhantes; h) a retração foi mais acelerada nas últimas décadas quando comparada ao período anterior e há uma ampla resposta sedimentar. Os condicionantes do comportamento glacial das geleiras de maré foram: a variabilidade climática, a topografia do embasamento e do fiorde. |