A trajetória dependente da política de inovaçao brasileira (1995-2012) : hábitos de pensamento e enraizamento institucional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Castelli, Jonattan Rodriguez
Orientador(a): Conceição, Octavio Augusto Camargo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172637
Resumo: O papel da inovação tecnológica no processo de crescimento econômico tem sido enfatizado pela teoria econômica desde Adam Smith, Karl Marx e Joseph Schumpeter, sendo trazido de volta ao debate pelas contribuições das teorias evolucionárias neo-schumpeteriana e institucionalista. De tal maneira que no período recente construiu-se a noção de que para fomentar o crescimento econômico seria necessário que o Estado implementasse políticas públicas a fim de estimular a inovação tecnológica. Estas políticas, por sua vez, podem assumir diferentes formas, onde os modelos mais difundidos são o linear e o sistêmico. Como o primeiro modelo define etapas a serem seguidas, assim como metas claras, elevação dos gastos em P&D, ele se difundiu e influenciou a construção de políticas de inovação ao redor do mundo. Neste sentido, durante os anos de 1995 a 2012, o Estado brasileiro construiu um aparato institucional e pôs em marcha um conjunto de políticas de inovação a fim de reduzir a brecha existente entre a indústria local e dos países desenvolvidos. Sem embargo, a despeito do esforço empreendido a política de inovação nacional não foi capaz de mudar a estrutura produtiva brasileira. Destarte, o objetivo desta tese é analisar, a partir de uma ótica evolucionária, a natureza da política de inovação praticada no Brasil entre os anos de 1995 e 2012, e com isso tentar compreender o porquê de ela não ter sido capaz de impulsionar o desenvolvimento tecnológico do País. Argumenta-se que isso se deu por a política de inovação ter enraizado em seu cerne o modelo linear de inovação, causando, consequentemente uma trajetória dependente difícil de ser alterada. Esse enraizamento se dá não só dentro do Estado, mas também nos hábitos de pensamento do grande empresariado industrial, que entende a instrumentalização da política de inovação por uma lógica linear, enfatizando meramente gastos em P&D. Como esse grupo teve ao longo dos últimos anos influência na construção da política de inovação nacional, a partir da atuação de lideranças empresariais e de entidades representativas interagindo com o Estado, esse hábito de pensamento acabou por se refletir na construção da política de inovação.