Ouvindo vozes e contando histórias : locuções do eu na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Moisés José de Melo
Orientador(a): Costa, Luis Artur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187608
Resumo: A presente pesquisa parte da ficção para problematizar as sutis políticas contemporâneas de governamentalidade neoliberal, que se utilizam da produção de tecnologias de si ao estilo da autoajuda como prática prescritiva do governo de si e dos outros. Nesse sentido, as modulações dos nossos modos de vida estão imersas no imperativo da “oni-crise” do presente. Nos nossos tempos de aceleração, dispersão e flexibilidade do capital, a crise não é um evento isolado, localizado, de exceção. A crise é constituinte da nossa modulação cotidiana: velocidade, fluidez e urgência exigindo sempre um novo movimento para não sairmos do lugar. A figura estética “Bento” nos abre caminho com um plano de composições para a emergência do personagem conceitual “sujeito em crise” o qual problematiza o plano de coordenadas erigido pelas tecnologias de si da autoajuda. A partir das narrativas do Bento, em suas tentativas de superar as crises que lhe tomaram, a literatura de autoajuda se apresenta como material empírico do trabalho. Em nosso estudo, tomamos tal literatura como uma das muitas tecnologias de si delimitadas por Foucault, Deleuze e Guattari, Nikolas Rose, entre outrxs, ou seja, uma “inspeção da alma” com o intuito de alcançar o bem-estar, felicidade, sabedoria. Hoje, com seu alcance, a autoajuda se consolidou como um importante instrumento das práticas neoliberais de governamento, visto sua grande contribuição em fazer com que cada sujeito se perceba e deseje se erigir como uma empresa. Utilizamos, assim, o método ficcional como estratégia ética, estética e política para problematizar as tecnologias de subjetivação. O seu emprego nos auxilia a dar corporeidade a tais conceitos, torná-los sensíveis na experiência cotidiana do sujeito em seus processos de construção na atualidade. Bento, portanto, nos ajuda a percorrer fragmentos das tramas que constituem algumas das práticas da governamentalidade contemporânea.