Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Isadora Santos da |
Orientador(a): |
Massoni, Neusa Teresinha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/262611
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Resumo: |
A ciência moderna e contemporânea, como uma instituição de poder da sociedade, foi construída sobre estruturas coloniais opressivas, como o racismo e o sexismo, que operam na exclusão epistêmica e ontológica daqueles sujeitos que não correspondem ao padrão branco, masculino, cisheteronormativo e eurocêntrico. A literatura indica que há poucas pesquisas abordando raça e racismo no Ensino de Física e Ciências, tendo uma lacuna de pesquisas que articule raça e gênero pela perspectiva de mulheres negras. O objetivo geral desta pesquisa foi problematizar e discutir de que forma o racismo e o sexismo se relacionam e influenciam as estruturas do Ensino de Física e da Física, e analisar o impacto dessas estruturas nas experiências acadêmico-profissional de mulheres negras na área da Física. O referencial teórico-epistemológico se baseou em princípios da Teoria Crítica da Raça, da Perspectiva Decolonial, do feminismo negro e do conceito de branquitude. Dividimos a dissertação em dois estudos. O objetivo do Estudo I foi: (i) investigar tendências e estratégias que têm sido usadas para integrar a Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) na Pesquisa em Ensino de Física e de Ciências entre 2003-2021; e (ii) investigar de que forma raça, gênero, história e filosofia da ciência aparecem nas principais disposições legais sobre ERER e nas políticas de ações afirmativas. Para isso, usamos a Análise Documental como ferramenta metodológica. O Estudo II investigou as diferentes trajetórias acadêmicas de cinco físicas negras, analisando os principais fatores relacionados à persistência, os obstáculos enfrentados por elas, as táticas usadas para superá-los e como essas físicas se percebem no contexto da ciência Física. Para isso, adotamos a abordagem de investigação qualitativa, usando o método de contra-histórias para (contra)narrar e dar visibilidade às suas trajetórias interseccionais, capturadas através de entrevistas semiestruturadas. Os principais achados do Estudo I mostram que, ainda de forma incipiente, há propostas e implementações didáticas voltadas à ERER, além de artigos críticos à branquitude científica e artigos com experiências de pessoas negras. Artigos com trajetórias acadêmicas de mulheres negras são mais recorrentes na literatura internacional de áreas STEM. Além disso, a defesa e a ampliação das políticas de ações afirmativas passam pelo cumprimento de reservas de vagas para minorias sub-representadas e pela permanência de estudantes racial e socialmente desfavorecidos. Dentre os principais achados do Estudo II estão o interesse científico pessoal e a influência de docentes como fatores relevantes na escolha pela carreira de Física; a família, os professores e amigos como redes de apoio na persistência, além da própria motivação; a recorrência do pensamento sobre não ter outras opções de escolha para não desistir; auxílios universitários como fatores institucionais de permanência; o isolamento, a desvalorização profissional e a falta de representatividade como alguns dos obstáculos enfrentados pelas participantes; e a luta por reconhecimento e inclusão na Física como objetivos principais das participantes. |