Impacto da pandemia por Covid-19 nas internações por condições sensíveis a Atenção Primária à Saúde na rede pública do Município de Marau, RS, 2019 - 2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Dalberto, Edinadia Maria
Orientador(a): Rosa, Roger dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257305
Resumo: A COVID-19 é a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, identificado em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado na cidade de São Paulo em fevereiro de 2020, pouco antes de ter sido decretada pandemia mundial pela OMS em março do mesmo ano. Objetivou-se co- nhecer o impacto da pandemia por COVID-19 nas internações por condições sensí- veis à atenção primária a saúde (ICSAPS) no âmbito do SUS de residentes do muni- cípio de Marau, situado no norte do estado Rio Grande do Sul e que conta com cerca de 45 mil habitantes, no ano 2020 em comparação com o de 2019. Foram analisadas as internações dos residentes no município comparativamente com as dos residentes da Região de Saúde no 17 (Região do Planalto). O estudo é quantitativo, observacio- nal, em que foram utilizados dados secundários do DATASUS, de arquivos públicos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/ SUS), cujo instrumento é a Autorização de Internação Hospitalar (AIH). As condições sensíveis à Atenção Primá- ria à Saúde (CSAPS) constam na Lista Nacional (Portaria do MS n° 221, de 17/04/2008). Como resultado, foram identificadas 424 hospitalizações por CSAPS de residentes de Marau-RS em 2019 e 257 em 2020, representando 15,9% e 10,4% do total de internações do município. O maior impacto nas internações ocorreu na faixa etária dos 60 aos 79 anos, independentemente de causa, apresentando-se com 38,7% e 40,1% das internações em cada ano. Quanto à variável raça/cor, destaca-se o elevado percentual de AIHs sem informação, atingindo 75% e 70,4% no ano se- guinte. Quanto à utilização de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), evidenciou- se o aumento da gravidade dos casos de ICSAPS de 10 para 23 internações em UTI (2,3 para 5,1). Entretanto, o coeficiente de mortalidade apresentou pequena redução (3,85 para 3,57/10 mil hab.). A Região de Saúde no17 também mostrou diminuição no número de internações por CSAPS de residentes, com 5.503 (16,1%) em 2019 e queda para 3.940 (13,5%) em 2020. A faixa etária com maior participação nas ICSAPS foi de 60 a 79 anos com 40,1% e 42,8% no ano seguinte. Em relação ao sexo, obser- varam-se percentuais semelhantes nos dois anos (50,4% e 49,6% para mulheres e homens). A demanda por utilização de UTI também apresentou aumento no número de casos de 5,5% das internações para 8,7%. Em relação aos óbitos por ICSAPS, dentre os 335 em 2019 e 287 no ano seguinte, o maior número também ocorreu na faixa etária dos 60 aos 79 anos com 45,4% e 46% dos casos. A variação no volume de ICSAPS foi expressiva, mas não uniforme por sexo, faixa etária e raça/cor, com aparente aumento na gravidade das ICSAPS indicado na proporção de utilização de UTI e de óbitos hospitalares. Analisar as ICSAPS antes e durante a pandemia de CO- VID-19 mostrou ao gestor municipal que, no contexto pandêmico, a redução deste indicador não significa, necessariamente, melhora na resolutividade da atuação da APS, mas que o tradicional indicador ICSAP pode ter outros significados.