Avaliação da atenção primária à saúde no estado de Minas Gerais, entre 2000 e 2011, utilizando o indicador internações por condições sensíveis à atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Bastos, Rita Maria Rodrigues lattes
Orientador(a): Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes
Banca de defesa: Caetano, Rosângela lattes, Moreno, Arlinda Barbosa lattes, Campos, Estela Márcia Saraiva lattes, Silva, Jane Azevedo da lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1680
Resumo: A necessidade de se avaliar as políticas de saúde implementadas para a estruturação da atenção primária em todo o território nacional levou o Ministério da Saúde a institucionalizar indicadores de avaliação já utilizados em diversos países, entre eles, as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP). Objetivo: Avaliar a atenção primária no Estado de Minas Gerais entre 2000 e 2011, com o uso do indicador ICSAP. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico dos municípios mineiros, utilizando dados do Sistema de Informação Hospitalar, Sistema de Informação Ambulatorial, Departamento de Informática do Sistema Único Brasileiro, Censos 2000-2010 e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A dimensão espacial correspondeu ao estado de Minas Gerais e a dimensão temporal teve como limites os anos de 2000 e 2011. Ambas foram submetidas a três recortes, para que a análise das ICSAP fossem realizadas sob diferentes perspectivas. Utilizou-se os municípios mineiros como unidades de análise, agregando-os por Regionais de Saúde (RS). Analisou-se as taxas de ICSAP quanto à permanência hospitalar, proporção de óbitos e relação com a cobertura pela Saúde da Família. Foram comparados os anos de 2000 e 2010. Posteriormente os municípios foram analisados no triênio 2009-2011, utilizando-se a análise das internações por infecções de rins e trato urinário sensíveis à atenção primária (IRTU-CSAP) em indivíduos enrte 40 e 59 anos, agregando-os por RS, porte populacional e cobertura pela saúde da família. As IRTU-CSAP foram analisadas, por sexo, quanto à permanência hospitalar, proporção de óbitos e os gastos com as internações. Por fim, analisou-se as causas mais freqüentes de ICSAP por sexo e faixa etária no município de Juiz de Fora, comparando-se os quadriênios 2002-2005 e 2006-2009. Para as análises estatísticas foram utilizados o Teste t para dados pareados, Anova seguida do teste post hoc de Scheffe e Dunnett T3 e correlação de pearson. Resultados: As taxas gerais de ICSAP no estado diminuíram entre 2000 e 2010, mas não foram observadas correlação com a expansão da Estratégia de Saúde da Família. As RS que apresentaram maiores taxas foram as de Ubá e Leopoldina. As causas mais freqüentes das hospitalizações foram a Insuficiência Cardíaca e as Gastroenterites. Algumas causas apresentaram aumento das taxas, a exemplo das Infecções de Rim e Trato Urinário, tornando-se a terceira causa mais freqüente no estado, em 2010. A permanência hospitalar e a proporção de óbitos por ICSAP aumentaram no estado. Juiz de Fora se destacou por ser sede de uma das 7 duas únicas RS que apresentaram elevação das taxas de ICSAP no estado. Conclusão: As iniciativas governamentais, como a expansão da Estratégia de Saúde da Família e a Regionalização da Saúde, não foram efetivas para a diminuição das internações por condições sensíveis à atenção primária em Minas Gerais. As características dos municípios influenciaram de formas distintas no comportamento das taxas, permanência hospitalar e proporção de óbitos por ICSAP. Evidencia-se aumento das desigualdades entre algumas Regionais de Saúde, o que alerta para a necessidade de se priorizar a estruturação da atenção primária em regiões do estado onde as internações potencialmente evitáveis permanecem mais elevadas.