Prevalência de traços de parasitas em moluscos marinhos : novos paradigmas do continente sul-americano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Valentina Silva dos
Orientador(a): Ritter, Matias do Nascimento
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273895
Resumo: Ainda que raros, os traços de parasitismo oriundos do registro fóssil representam uma interação ubíqua na biosfera. O estudo da interação parasita-hospedeiro no registro fóssil é uma importante fonte de informações paleoecológicas. O objetivo principal deste trabalho é apurar valores para a taxa de prevalência de traços preservados em valvas de moluscos marinhos, ao longo do litoral norte do Rio Grande do Sul, Brasil, provenientes de setores atuais com comportamento de empilhamento predominante retrogradantes e progradantes. Além disto, verificar como se relaciona o tamanho corporal dos hospedeiros e a abundância dos traços, bem como qual o setor da valva ocorre o assentamento dos parasitas e como estes traços se distribuem entre os hospedeiros. A interação aqui encontrada, ocorre entre a espécie de bivalve Donax hanleyanus e parasitas da família Gymnophallidae. D. hanleyanus habita a zona de intermarés de praias dissipativas, chegando à idade adulta com tamanhos iguais ou superiores a 15 mm. Os parasitas trematódeos da família Gymnophallidae possuem ciclo de vida com até três hospedeiros, tendo espécies de bivalves como primeiro e, por vezes, segundo hospedeiro intermediário, finalizando seu ciclo de vida em uma ave ou mamífero. Os traços possibilitaram apurar valores maiores de prevalência e de abundância em espécimes de tamanhos maiores (adultos) de D. hanleyanus. Complementarmente, foi possível identificar o meio extra palial como local prioritário para o assentamento dos parasitas. Adicionalmente, identificamos um alto padrão de agregação de parasitas entre os hospedeiros e a não seletividade de valvas, o que nos permite destacar a eficácia do uso de traços como proxy para estudos no registro fóssil. Obtivemos um valor global de prevalência de 0,599, contudo, quando se trata dos setores, não há relação significativa com o padrão de empilhamento sedimentar. Tais dados nos indicam que a escala local e os fatores autogênicos atuantes se sobrepõem as características estratigráficas de empilhamento. Nosso estudo reforça a importância de pesquisas que visem compreender os padrões de parasitismo contidos no registro fóssil.