Contribuições para gestão da complexidade organizacional em unidades de terapia intensiva

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Bueno, Wagner Pietrobelli
• Orientador(a): Saurin, Tarcísio Abreu
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Gestão em saúde; Sistema sociotécnico; Otimização de processos; Unidades de terapia intensiva
• Palavras-chave em Inglês: Complexity; Complex socio-technical systems; Management; Health; Intensive Care Unit
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224329

É notória a importância de estudos sobre gestão em serviços de saúde, dada a complexidade destes sistemas e a crescente demanda por serviços mais eficientes e de melhor qualidade. O tema central da tese está voltado a gestão de sistemas sócio-técnicos complexos (SSTC), em especial a abordagem de um conjunto de diretrizes de gestão de SSTC em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Assim, a questão de pesquisa norteadora da tese é “como as diretrizes de gestão de SSTC podem ser compreendidas em Unidade de Terapia Intensiva Adulta, tanto em situações normais quanto em situações de crise”? Para tanto, o objetivo principal da tese identificar e classificar práticas para lidar com a complexidade em UTI Adulta, em situações normais e de crise. Os objetivos específicos desdobram-se em: (i) identificar o quanto os projetos de melhoria de processos nas UTI Adulta, relatados na literatura, estão alinhados às diretrizes de gestão em SSTC; (ii) propor uma abordagem para investigação de eventos com resultados desejados em SSTC, a qual inclua a análise do papel das diretrizes de gestão de SSTC; (iii) identificar e classificar as práticas de resiliência organizacional em UTIs adultas brasileiras durante a pandemia de COVID-19, bem como lições aprendidas sob a perspectiva das diretrizes de gestão de complexidade. Como conclusão dos resultados da tese, as diretrizes foram consideradas totalmente aplicáveis e intuitivas, ao invés de adotadas explicitamente pelas intervenções. As abordagens realizadas na literatura apontaram a diretriz “projetar folgas” como sendo a mais utilizada nas ações provenientes da resiliência. Em decorrência destes artefatos ao realizar um estudo de caso mais aprofundado quanto a utilização das diretrizes em UTI’s utilizando-se do FRAM, os recursos da diretriz projetos de folga foi um meio de responder às variabilidades provindas do ambiente em pesquisa, seja de modo oportunista enquanto o evento se desenvolve (por exemplo, emprestar cânulas da unidade cirúrgica) ou com base em recursos integrados com antecedência, mesmo que isso não seja amplamente conhecido por todos os funcionários (por exemplo, o uso de equipamentos VMI em VNI). Nestes moldes, utilizando as cinco diretrizes de complexidade como uma estrutura analítica, esta tese contribuiu também, estudos que abordam como é a resiliência nas UTIs durante a pandemia. Embora 70 resiliências práticas ou condições foram identificadas, várias delas claramente não se aplicam a todas as complexidades do dia (por exemplo, adição de vários novos leitos a curto prazo). Deste modo, os resultados apontaram para diferentes manifestações das diretrizes conforme os cenários analisados, bem como para o papel central da diretriz sobre gestão de recursos folga (slack resources) em todos os cenários.