Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bruno, Francisco |
Orientador(a): |
Piva, Jefferson Pedro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188882
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Resumo: |
OBJETIVO: analisar a influência do peso corporal na mecânica pulmonar de crianças submetidas à ventilação mecânica (VM). MÉTODOS: Estudo transversal realizado em duas unidades de Terapia Intensiva Pediátricas (UTIP): do Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA) e do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSL PUCRS). Analisadas as crianças de 1 mês até 14 anos que evoluíram para VM e permaneceram por mais de 24h, no período de março de 2016 a fevereiro de 2017. As medidas avaliadas referentes à mecânica pulmonar foram: autoPEEP; complacência dinâmica (CDyn); complacência estática (Cest); elastância; resistência expiratória (RE) e; resistência inspiratória (RI) coletadas a partir do registro disponível no respirador e, aferidas no modo ventilatório volume controlado. Foi realizada a correlação entre a mecânica pulmonar com a idade e peso e com os diferentes padrões de comprometimento pulmonar. O nível de significância adotado foi o valor de p<0,05. A associação entre as variáveis foi analisada mediante a correlação de Pearson (variáveis paramétricas) e Spearman (variáveis não paramétricas). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das duas instituições. RESULTADOS: Foram avaliadas 124 crianças nas primeiras 24h de VM, com mediana da idade de 5,0 (IQ25-75 2-22) meses, peso de 6,3 (IQ25-75 4,5-11,0) Kg, tempo de ventilação de 7 (IQ25-75 5-9) dias e de internação em UTIP de 10 (IQ25-75 7-15) dias. As médias dos parâmetros da VM utilizados foram: PIP de 30±6 cmH2O; PEEP 6±2 cmH2O; volume corrente expiratório (VCE) 10,4±2,0 ml/kg e; pressão média da via aérea (PMVA) 12,6 ±3,0cmH2O. Na avaliação da mecânica pulmonar das crianças, observamos mediana da autoPEEP 2,0 (IQ25-75 1,0-4,7) cmH2O, RE 120,0(IQ25-75 68,0-162,0) cmH2O/L/s, RI 94(IQ25-75 54-156) cmH2O/L/s, CDyn 3,0 (IQ25-75 1,8-6,4) ml/cmH2O, CE 4,9(IQ25-75 3,0-10,0) ml/cmH2O, elastância 200 (IQ25-75 98-313) cmH2O/L. Os pacientes classificados no padrão de doença obstrutiva constituíam o maior grupo (91 pacientes), sendo, na média, mais jovens (3,7 meses), com menor peso (5,5 Kg), apresentavam maiores valores da autoPEEP (3 cmH2O), RI (113 cmH2O/L/s), RE (137 cmH2O/L/s) e menor CDyn (2,3 ml/cm/H2O) e Cest (4,4 ml/cm/H2O) em relação aos outros padrões de comprometimento pulmonar. A Cest apresentou uma forte associação com o peso corpóreo (r=0,809; p< 0,001). O tempo de VM não apresentou associação significativa com a RI (r=0,119, p=0,19), com a Cest (r=-0,208, p=0,02), com a PIP (r=0,169, p=0,06), autoPEEP (r=-0,046, p=0,6) e tampouco com a PMVA (r=0,216, p=0,016). Chama a atenção o fato de crianças menores de 6kg apresentarem uma RI muito alta e uma Cest muito baixa (p<0,001). As Cest e CDyn apresentaram uma forte correlação principalmente nas crianças menores de 6Kg. CONCLUSÃO: A avaliação da mecânica pulmonar em crianças menores de 1 ano que utilizaram a VM por mais de 24h, independentemente da doença pulmonar primária, permitiu observar uma resistência pulmonar muito elevada e uma complacência muito baixa. A Cest apresentou uma forte associação com o peso corporal. Esses aspectos da mecânica pulmonar devem ser considerados quando definimos uma estratégia ventilatória. |