A expansão da atividade florestal no município de Três Lagoas e região : uma análise da interface com o ambiente econômico e socioambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Tisott, Sirlei Tonello
Orientador(a): Schmidt, Veronica
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/130767
Resumo: O objetivo geral deste estudo é analisar os impactos econômicos da inserção e expansão da atividade florestal e sua influência sobre o meio rural, social e ambiental de Três Lagoas e região. A pesquisa foi desenvolvida para responder ao seguinte questionamento: Quais são os efeitos econômicos e socioambientais da inserção e expansão da atividade florestal em Três Lagoas e região? Os objetivos específicos consistem em: caracterizar o processo de inserção e expansão da atividade florestal em Três Lagoas e região; avaliar a importância da inserção da atividade florestal para o mercado de trabalho, para a economia e para o meio rural de Três Lagoas e região; avaliar os impactos sociais da atividade florestal; avaliar a interface da atividade florestal com o meio ambiente em Três Lagoas e região. Para tanto, inicialmente, fez-se um estudo prévio de aspectos conceituais sobre desenvolvimento econômico, social e ambiental, com o propósito de examinar suas aplicabilidades e discussões no meio acadêmico nacional e internacional. O estudo adotou o método misto de pesquisa, empregando a combinação de abordagens quantitativas e qualitativas. Foram coletados dados secundários, obtidos no IBGE, que ilustram a retração da atividade pecuária, a expansão das florestas plantadas e a evolução dos indicadores econômicos e sociais do município de Três Lagoas, microrregião de Três Lagoas e do estado de Mato Grosso do Sul. O IDH é um indicador razoável de desenvolvimento e, por apresentar limitações, é considerado pouco confiável para revelar o melhor grau de desenvolvimento de uma coletividade. Por isso, foram coletados dados primários, por meio de entrevistas com os principais atores sociais envolvidos na problemática e de aplicação de questionários com a população de Três Lagoas, com o anseio de coletar percepções sobre equidade na distribuição de renda, preocupação com o futuro, solidariedade, conservação da natureza, proteção dos recursos naturais e desenvolvimento equilibrado. Constatou-se que a atividade florestal instalou-se num período e numa região em que o setor pecuário estava fragilizado, com áreas de terras e pastagens degradadas, baixo preço da arroba do boi e descapitalização do produtor rural. Essas condições facilitaram a expansão das florestas plantadas, tornando-a atrativa pela condição de renda imediata e maior lucratividade ao produtor rural, na condição de arrendatário ou parceiro das empresas de celulose. No curto prazo, as implicações econômicas da atividade florestal para o meio rural foram benéficas para o produtor rural que se encontrava em dificuldades econômico-financeiras, no entanto, no longo prazo, as incertezas geram inquietações aos produtores rurais e demandam uma gestão eficaz dos rendimentos e planejamento para uma possível retomada da atividade pecuária. Apesar dos desafios enfrentados pelo empresariado local para melhorar, adequar e qualificar seus empreendimentos e das mudanças ocorridas no mercado de trabalho, a atividade florestal contribuiu para a dinamização da economia de Três Lagoas e região, com impactos positivos sobre os indicadores econômicos, de trabalho e renda. Em relação aos aspectos sociais, o ônus é maior que o bônus para o município: precarizaram-se mais ainda os serviços sociais prestados à população local. Em relação ao meio ambiente, constata-se pouco conhecimento das pessoas sobre os impactos ambientais, no entanto elas percebem que estão ocorrendo mudanças e estão preocupadas com a preservação dos recursos naturais. Cabe, aos órgãos ambientais competentes, fiscalização e monitoramento das mudanças provocadas no meio ambiente. A população deve ficar atenta e não aceitar tudo o que acontece sem questionar os órgãos competentes e as empresas causadoras dos impactos.