Avaliação da sustentabilidade do biodiesel da soja no Rio Grande do Sul : uma abordagem de ciclo de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Zortea, Rafael Batista
Orientador(a): Cybis, Luiz Fernando de Abreu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/129810
Resumo: A condição para o ser humano continuar usufruindo dos recursos naturais de forma sustentável para o planeta passa, obrigatoriamente, por uma revisão do seu modo de vida atual. Além disso, ao se repensar este novo estilo de convivência com o resto do planeta, o homem deve avaliar os prováveis efeitos que tais mudanças poderão gerar.Assim, torna-se importante analisar quais externalidades (positivas ou negativas) acabam resultando neste processo de mudança. Entre as formas de análise existentes para os impactos gerados por um novo produto, processo ou serviço,encontra-se a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Este método tem como objetivo compreender e lidar com tais impactos gerados tanto de forma qualitativa, como também de forma quantitativa. A ACV busca verificar tais impactos em todas as suas fases do ciclo de vida, ou seja, desde a extração das matérias-primas, passando pelo processo de fabricação e uso até o descarte ou descaracterização final de um determinado produto. Porém, tais impactos não se restringem apenas ao campo ambiental. Ao se questionar a sustentabilidade do modo de vida do ser humano, tal escopo acaba se ampliando, incluindo também as questões social e econômica. Desta forma, avaliações que atualmente analisam somente os impactos ambientais num processo de fabricação, por exemplo, terão que se auxiliar de mensurações econômicas e sociais a fim de poder compreender e lidar com a futura sustentabilidade deste processo. O mesmo acaba valendo para a metodologia adotada, pois a análise dos impactos ambientais terá que englobar os resultados econômicos e sociais. É neste caminhar que a Avaliação do Ciclo de Vida busca se adequar a esta visão de avaliação baseada nestas três dimensões (ambiental, econômica e social) tornando-seuma Avaliação da Sustentabilidade do Ciclo de Vida (ASCV). Este novo método buscou agregar os impactos sociais e econômicos com os ambientais já medidos durante o ciclo de vida de um determinado produto ou serviço. O Rio Grande do Sul (RS), assim como todo o Brasil vem enfrentando este mesmo desafio, a partir da homologação da Lei no 11.097, que determina a adição de biodiesel ao óleo Diesel. Desta forma, a matriz energética brasileira começou a se modificar incorporando fontes de energia alternativas através da biomassa, entre elas a soja. Portanto, torna-se prudente avaliar de que forma os impactos ambientais, sociais e econômicos se comportam ao se substituir o Diesel pelo biodiesel. Assim, este trabalho buscou verificar dentro do estado do Rio Grande do Sul o nível de sustentabilidade do biodiesel de sojabaseando-se no ciclo de vida deste. Para isso,foi utilizada uma forma de ASCV a fim de qualificar e quantificar estes impactos. Tais resultados têm o intuito de auxiliar nesta nova escolha para a matriz energética, para que os futuros tomadores de decisão possam lidar melhor com este processo de transição. Desta maneira trabalhou-se o ciclo de vida do biodiesel gaúcho em três fases: agrícola, industrial e uso e transporte. Foram mensuradas 6 categorias de impacto ambiental, 3 categorias de custo e 3 partes interessadas: acidificação, eutrofização, aquecimento global, recursos abióticos, uso do solo, uso da água, custos de insumos, custos de infraestrutura e manutenção, despesas financeiras, trabalhadores, comunidade local e sociedade, e atores da cadeia de valor. A coleta de dados ocorreu tanto por questionários como por coleta de dados secundários (específicos e genéricos). De uma forma geral verificou-se que enquanto a fase agrícola do biodiesel gaúcho destaca-se na dimensão ambiental, a fase industrial apresenta potencialidades na dimensão econômica. Verificou-se que os impactos mais críticos em cada dimensão do ciclo de vida do biodiesel acabaram sendo a acidificação (ambiental), custos de insumos (econômica) e a parte interessada comunidade local/sociedade (social). Por fim,verificou-se que o biodiesel gaúcho possui uma boa sustentabilidade onde se percebe a dimensão social com maior potencialidade de melhoria.