Formação da agenda de investigação em um grupo de pesquisa do IFRS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Patias, Fernando Bitencourt
Orientador(a): Pagnussat, Daniel Tregnago
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255071
Resumo: Ao longo dos últimos anos, o setor público de pesquisa ampliou sua participação nos sistemas nacionais de inovação de países industrializados e em vias de industrialização (MACIEL, 2001; CHIARINI, VIEIRA, 2012). No Brasil, os grupos de pesquisa são responsáveis, em grande medida, pela organização e produção de conhecimento científico das instituições científicas e tecnológicas (ICTs). A construção deste conhecimento passa pela formação das agendas de investigação, que dentro da nossa ótica, possuem influências da interação de estrutura e agência. Nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFECT), orientados à pesquisa aplicada, os grupos de pesquisa estão distribuídos em diferentes linhas, enfatizando às matemáticas, sociais e linguísticas. Desta forma, o objetivo deste trabalho é compreender a construção da agenda de pesquisa no contexto da educação tecnológica sob uma perspectiva evolucionária e reticular. Combinamos a teoria neoschumpeteriana e a teoria do ator-rede para dar conta de diferentes níveis institucionais e de interesses e associações dos atores envolvidos na pesquisa aplicada. A metodologia escolhida para este trabalho foi: (1) estudo de caso único, (2) de natureza qualitativa, (3) de tipo exploratório. Realizamos entrevistas em profundidade com a professora líder do grupo de pesquisa, um representante da Diretoria de Pesquisa e Inovação do IFECT – Campus Osório, dois professores colaboradores, cinco jovens alunas/pesquisadoras do ensino médio técnico integrado em Administração membros do grupo, um pesquisador egresso e um representante de organização não governamental. Analisamos documentos da legislação federal/legislação interna e observamos práticas de pesquisa, tanto em laboratório quanto em encontros virtuais. A estratégia de pesquisa do IFECT cria modalidades de fomento que facilitam a entrada de jovens na iniciação científica e na geração de temas-livres, contribuindo para a diversidade temática dos projetos. A filiação disciplinar, o capital físico e as avaliações das competições de ciência são mediados pela micropolítica do grupo, que define os processos de viabilização metodológica e temática. A variação é uma conjugação entre as novas técnicas de química recentemente incorporadas, os interesses dos jovens pesquisadores, os interesses de agentes externos e a qualidade das dinâmicas regionais, que se unem ao grupo em forma de demandas de pesquisa ou fornecendo situações-problema acatadas pelos pesquisadores em seus projetos. Uma grande quantidade de elementos está envolvida na seleção e variação das pesquisas que compõe a agenda do grupo. A partir disso concluímos que (1) a ciência e a formação de seus objetos não são neutros, nem objetivos, pois acompanham a diversidade de interesses e tensões de agentes com racionalidade limitada e (2) a produção dos cientistas não ocorre de forma isolada, nem na origem nem na elaboração dos projetos de pesquisa, mas é a congregação de entidades humanas e não-humanas, tanto em níveis institucionais quanto os relativos à dimensão dos agentes.