Impressos de uma monarquia em abandono : modernização, escravidão e propaganda republicana na imprensa piauiense de 1868 a 1889

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Araújo, Vinícius Leão Araújo
Orientador(a): Malerba, Jurandir
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/229909
Resumo: A partir de 1868, com a queda do Gabinete Zacarias e a divisão do Partido Liberal, surgiu na província do Piauí um novo jornal: O Amigo do Povo. Sob a redação de David Caldas, foram publicados nessa folha artigos que combatiam o sistema monárquico vigente no Brasil e, ao mesmo tempo, defendiam a implantação da República como forma de solucionar os problemas do país. Para o redator, esse foi o projeto modernizador que defendeu em seu periodismo. Outros projetos de modernização também foram apresentados pelos demais publicistas do período. Dessa forma, ao identificar a pluralidade de ideais modernizantes nos impressos piauienses entre 1868 e 1889, este estudo objetiva compreender as apreciações feitas aos projetos de modernização na província do Piauí nas últimas décadas da monarquia. Entendemos que, para além das disputas partidárias, as questões mais debatidas nos jornais foram aquelas relacionadas aos melhoramentos técnicos, ao fim da escravidão e à propaganda republicana, enquanto meios de viabilização da inserção da província e do país, no patamar de progresso e civilização que os homens de imprensa encontravam nas nações estrangeiras industrializadas. A hipótese é que o conhecimento dos homens de imprensa sobre os avanços técnico-científicos do século XIX despertavam neles anseios pela modernização. Além disso, a forma como discutiram o fim da escravidão e a propaganda republicana também foi perpetrada pelas concepções modernizantes que possuíam. Esta investigação tem a imprensa como principal corpus documental, identificando-a como espaço propício para a elite provincial divulgar suas concepções políticas, econômicas e sociais diante dos debates presentes nos jornais. Isso nos levou a entender os homens de imprensa como porta-vozes da elite local, de modo que produziram uma ideologia da modernização, que buscou acima de tudo privilegiar os interesses elitistas e excluir do pacto social os mais pobres. As análises permitem afirmar que as ideias e projetos de modernização repercutidos na imprensa provincial também merecem destaque no que concerne às movimentações intelectuais e culturais nas últimas décadas do Segundo Reinado, quando um país “para a elite” foi formulado e praticado.